Pedro Sánchez destaca Saramago “como uma referência” universal

O escritor português José Saramago será homenageado no próximo ano, na ilha de Lanzarote, a propósito do seu centenário.

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, enalteceu ontem a figura do escritor português José Saramgo (1922-2010) “como uma referência” para todas as sociedades, durante a apresentação das cerimónias com que a ilha de Lanzarote homenageará o autor, no próximo ano, a propósito do seu centenário em Espanha e Portugal.

Sánchez descreveu Saramago como um homem cheio de “energia e bondades” e com “impaciência por ver uma sociedade mais livre e coesa, constituída sobre fundamentos profundamente humanos”: “Estou convencido de que entre todos e todas estamos a dar passos para que seja um mundo com mais justiça e por ver uma sociedade mais livre”, passos que, na sua opinião, “serão a melhor homenagem que se poderá dar a uma das grandes referências”.

Na cerimónia participaram também o presidente do Governo das Canárias, Ángel Victor Torres, a viúva do Nobel da Literatura, Pilar del Río,  autoridades da ilha e o ex-presidente do Governo José Luis Rodríguez Zapatero. Em conjunto, apresentaram, na casa-museu, o programa com que Lanzarote se junta à homenagem que será prestada ao escritor, no próximo ano, a propósito do centenário de Saramago. Na agenda de eventos incluem-se concertos, exposições, recitais de poesia, teatro e debates, onde se irão troca r impressões e “discutir sonhos”. O principal homenagem, que, segundo o governante espanhol, contribuirá ainda mais para “aumentar o conhecimento e admiração da sua obra”, será prestada na casa de Tías, onde o escritor morreu  a 18 de junho de 2010. 

Em 1991, o escritor publicou O Evangelho Segundo Jesus Cristo, livro que gerou polémica em Portugal e que levou, inclusivamente, o Governo português a vetar a possibilidade de se candidatar ao Prémio Literário Europeu desse ano. Descontente com a decisão tomada pelo Governo do seu país, Saramago decidiu mudar-se para Lanzarote, em 1993, e instalar-se em Tías, onde construiu uma vivenda a que chamaria “A Casa”, que lhe serviu de refúgio para ler e escrever obras como A Caverna ou Ensaio sobre a Lucidez. A própria Del Río recordou que o escritor soube que esse lugar seria a sua casa, “assim que lá pôs os pés”.