Bilhete secreto permite salvar 33 mulheres presas em clínica: “Estou sofrendo abuso sexual. Me tire daqui”

“O local era fétido, tinha mau cheiro, não tinha ventilação, havia restos de comida dentro de baldes espalhados, cinco cachorros de médio porte, porcos”.

O diretor de uma clínica de repouso em Crato, no estado brasileiro do Ceará, foi detido esta quinta-feira, depois de uma paciente conseguir pedir socorro através de um bilhete.

Segundo a imprensa brasileira, 33 mulheres eram mantidas em cativeiro no espaço, vítimas de maus-tratos, crimes sexuais, e expostas a condições desumanas.

O diretor, identificado como Fábio dos Santos, de 35 anos, foi detido depois de uma mulher ter conseguido entregar secretamente um bilhete a uma irmã.

"Diga à *** que estou sofrendo abuso sexual. Manda ela vir me tirar. Manda ela fingir que não tenho nada. Para mim poder sair . Sou eu e minha amiga que 'está 'sofrendo. Urgente. Me tire daqui. Manda ela pegar o dinheiro. Depois eu pago a ela, vem logo por favor ", dizia o bilhete, que levou a que a polícia começasse a investigar o caso.

A família acabou por conseguir retirar a mulher da clínica e com o seu depoimento as autoridades conseguiram que o homem fosse detido.

A clínica era destinada a idosas e outras mulheres com problemas psiquiátricos, que tinham entre 30 e 90 anos. O diretor é ainda suspeito de desviar o dinheiro das pacientes.

Quando a polícia chegou ao espaço, esta quinta-feira, as condições deixaram a equipa “consternada”.

"O local não tinha nenhuma condição física de estar com aquelas 33 mulheres ali. Eram quartinhos parecidos com celas, minúsculos, cubículos. E elas ficavam trancadas de cadeado. O local era fétido, tinha mau cheiro, não tinha ventilação, havia restos de comida dentro de baldes espalhados, cinco cachorros de médio porte, porcos. Realmente, uma situação lamentável que deixou toda a equipe consternada", disse uma responsável, citada pelo G1.

Segundo a mesma fonte, o suspeito disse que "o local era apropriado para as mulheres porque elas tinham problemas psicológicos e tinham que ficar presas".