Biden não se arrepende de retirada de tropas

Afirmações do Presidente foram alvo de críticas por parte de Mitch McConnell e Trump.

Biden não se arrepende de retirada de tropas

Enquanto no Afeganistão as ofensivas dos Talibãs explodem a todo o gás, nos Estados Unidos, que anunciaram a retirada das tropas em maio deste ano, despoletando estes conflitos, os responsáveis afirmam que não se arrependem desta decisão.

Durante uma conferência de imprensa, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aconselhou os líderes afegãos a unirem-se e a «lutar pela nação». «Eles têm de lutar por eles próprios», disse a repórteres a partir da Casa Branca, citou a BBC.

O Presidente ainda acrescentou que não se arrepende de ter ordenado a retirada das tropas, que deve acontecer no dia 11 de setembro, para sinalizar o aniversário da queda das Torres Gémeas, e que iria prestar apoio a este país.

Apesar de Joe Biden estar de consciência tranquila, a retirada das tropas motivou inúmeras críticas, nomeadamente, entre os seus principais «inimigos» políticos.

O líder republicano no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, classificou na quinta-feira como «perigosa» a política do presidente Joe Biden no Afeganistão.

«O Afeganistão caminha para um desastre enorme, previsível, e poderia ter sido evitado. As tentativas surrealistas do Governo em defender as políticas perigosas do presidente Biden são francamente humilhantes», afirmou McConnell, em comunicado.

O líder republicano no Senado refere ainda a opção dos Estados Unidos em reenviar tropas para o Afeganistão para de forma a garantir a retirada de parte do pessoal da embaixada em Cabul, que será reduzida face ao avanço dos talibãs.

Para Mitch McConnell, citado pela agência AFP, as decisões de Joe Biden estão a encaminhar a situação para uma sequência «ainda pior» que a queda de Saigão em 1975, no final da guerra do Vietname.

«Os últimos anúncios dos Estados Unidos parecem preparativos para a queda de Cabul», acrescentou, desafiando Biden a «comprometer-se imediatamente para oferecer mais apoio às forças afegãs».

«Sem isso, a Al-Qaeda e os talibãs podem celebrar o 20.º aniversário dos ataques de 11 de setembro incendiando a nossa embaixada em Cabul», alertou.

Quem também se chegou à frente para lançar críticas a Joe Biden foi o ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que responsabilizou o seu sucessor pelos avanços militares dos talibãs no Afeganistão, classificando a atual situação, marcada pela tomada de 10 capitais provinciais pelos insurgentes, como «inaceitável».

«Se eu fosse neste momento Presidente, o mundo saberia que a nossa retirada do Afeganistão estava sujeita a condições», afirmou Trump, num comunicado citado pelas agências internacionais.

«Teria sido uma retirada muito diferente e mais bem-sucedida e os talibãs sabiam isso melhor do que ninguém», referem, acrescentando que «conversei pessoalmente com líderes talibãs que entenderam então que aquilo que estão a fazer hoje não seria tolerado».

No entanto, o ex-Presidente, que perdeu as eleições a novembro de 2020, mas que continua com uma forte influência entre os Republicano, não especificou como poderia ter evitado os atuais avanços militares dos talibãs.