Biden diz que os EUA não irão cometer os erros do passado, “de combater num conflito que não é do interesse nacional”

O presidente dos Estados Unidos, que interrompeu as suas férias para falar sobre os passos que o seu país irá tomar em relação à atual situação do Afeganistão, afirmou que os EUA “deram todas as oportunidades” para os afegãos decidirem sobre o futuro do seu país, e que os americanos não podem dar “a vontade de combater” por…

Biden diz que os EUA não irão cometer os erros do passado, “de combater num conflito que não é do interesse nacional”

Com a tomada de posse dos talibãs da capital Cabul, no Afeganistão, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou para o país numa declaração em que admitiu que “as tropas americanas não podem nem devem combater e morrer numa guerra que as próprias forças afegãs não querem combater".

Biden, que interrompeu as suas férias para dizer quais os passos que os EUA irão tomar em relação à atual situação do Afeganistão, afirmou que os Estados Unidos “deram todas as oportunidades” para os afegãos decidirem sobre o futuro do seu país, e que os americanos não podem dar “a vontade de combater” por eles.

"Há algumas unidades militares afegãs que são, de facto, muito bravas, mas o Afeganistão não foi capaz de criar resistência contra os talibãs e, sem isso, não há hipótese", apontou Biden, ao explicar que, mesmo com as forças norte-americanas durante "mais um ano, mais cinco anos, mais vinte anos", no país, a luta “não faria qualquer diferença”.

Apesar de a situação se ter desenrolado tão rapidamente no Afeganistão, três meses após a saída das tropas norte-americanas daquele território, Joe Biden afirmou que é “errado dizer às tropas americanas para enfrentar algo que os afegãos não querem”, ao salientar que não irá cometer “os erros do passado. Erros de ficar e de combater indefinidamente um conflito que não é do interesse nacional dos Estados Unidos".

Depois da saída das tropas dos EUA, os talibãs começaram logo em maio o ataque para a conquista do Afeganistão, ao apoderar-se da última das grandes cidades – a capital, Cabul – que ainda não estava sob seu domínio, este domingo.

Com a chegada dos talibãs a Cabul, que declararam esta segunda-feira o fim e a sua vitória na guerra contra o Afeganistão, os afegãos viram-se abandonados com a saída precipitada do presidente Ashraf Ghani e sem as forças de segurança afegãs, treinadas pelos militares estrangeiros, capazes de defender o seu território.

Sem vista para um futuro pacífico, a população invadida está a tentar fugir do Afeganistão a todo o custo. Em vários vídeos divulgados nas redes sociais e órgãos de comunicação social, é possível ver milhares de afegãos no aeroporto de Cabul a tentar sair do país num ambiente completamente caótico, tendo resultado na morte de pelo menos sete pessoas. 

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