TAP reduz perdas para 493 milhões de euros no primeiro semeste

Receita total foi de 383,1 milhões de euros, ‘muito afetada pelas restrições do primeiro trimestre de 2021’, mas a companhia aérea nacional aponta para ‘sinais positivos de recuperação da atividade’. TAP perdeu mais de 1300 trabalhadores.

A TAP registou prejuízos de 493,1 milhões nos primeiros seis meses do do ano, o que representa numa melhoria de 88,8 milhões quando comparado com o período homólogo, altura em que registou perdas de 582 milhões de euros. Os dados foram divulgados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) na sexta-feira e sublinha que «a atividade no primeiro semestre de 2021 manteve-se bastante afetada pelos efeitos da pandemia e consequentes restrições à mobilidade».

 De acordo com a empresa, «as rubricas mais relevantes foram os juros (-149,2 milhões de euros) e as diferenças de câmbio (-62,8 milhões de euros), que estão na sua maior parte relacionadas com a depreciação do euro face ao dólar, no entanto, sem um impacto imediato em caixa dado que respeita a rendas futuras».

 A receita total do semestre atingiu os 383,1 milhões de euros, mas a empresa explica que isso muito «afetado pelas restrições do primeiro trimestre de 2021, com um decréscimo de 40,7% quando comparada com o mesmo período de 2020 e 73,6% abaixo do primeiro semestre de 2019». Em relação ao volume de passageiros aponta para 928 mil, um crescimento de 136% em relação ao primeiro trimestre deste ano.

Os custos operacionais deste trimestre atingiram os 382,8 milhões de euros, «o que representa um ligeiro aumento face ao primeiro trimestre deste ano (+1.4%)”, sendo que a TAP destaca que “a segmentação destes custos mostra tendências importantes nas rubricas mais relevantes: crescimento nas rubricas dos custos com fuel e custos de tráfego (+58,3% e +31,1%, respetivamente), o que reflete o aumento da atividade e, por outro lado, observa-se já um forte decréscimo nos custos com pessoal (-30,4%) com a saída de 722 colaboradores durante o segundo trimestre de 2021».

Além disso, a empresa refere «o aumento dos custos com imparidades (28,8 milhões de euros), sendo parte compensado com uma reversão na rubrica de custos com reestruturação (23,8 milhões de euros».  

Mas apesar das perdas, a companhia aérea nacional aponta para «sinais positivos de recuperação da atividade» durante o trimestre de abril a junho. No segundo trimestre de 2021, «a TAP transportou 928 mil passageiros, mais 136% do que no trimestre anterior» e o número de voos mais do que duplicou face ao trimestre anterior. E recorda que, no segundo semestre, «continuou a execução do Plano de transformação da Companhia, com redução da frota (com saída de aviões mais velhos) e redução dos custos operacionais».

Havia menos 1.302 trabalhadores nos quadros da TAP no final de junho, em comparação com o início do ano, totalizando os 9.143 funcionários no início de 2020. Em marcha está um despedimento coletivo de 82 trabalhadores.