Vamos abandoná-las a todas?

Meninas raptadas para serem violadas e forçadas a casar com terroristas! A questão dos direitos humanos para as mulheres e crianças falha e irá falhar sempre em qualquer lado, a questão é, o que é que fazemos com isso?

Os direitos das mulheres e das crianças são já uma velha e triste história. Agora somos assoladas, pelo o que se passa no Afeganistão. De todos os países para falar de direitos humanos das mulheres e das crianças, claro que também podíamos escolher outros países como a Rússia ou China. Podíamos ir para todos os países africanos e não só onde a mutilação genital feminina é uma prática corrente, onde as mulheres são abandonadas sem voz ou respeito e a figura do homem, é ainda a predominante. Mesmo nos países ditos desenvolvidos, as mulheres possuem cargos de poder, num mundo controlado pelos homens, por isso até onde é que isso é poder? É poder na base em que justiça para as mulheres e crianças é severamente prejudicada, começando pelo nosso próprio país! Todos nós sabíamos o que acontecia às mulheres no Afeganistão, patrocinado pelo Paquistão e os seus países envolventes, e nada se fez de diferente até à invasão dos Estados Unidos sobre o Afeganistão. No entanto, esta retirada abrupta combinada entre talibãs e americanos, vem mostrar-nos uma tragédia decadente da qual não podemos em absoluto fechar os olhos ou sequer revirá-los! 

Devemos e podemos juntos das nossas comunidades e da comunidade internacional exigir que as mulheres e crianças tenham acesso à educação e ao seu trabalho! Que não sejam açoitadas! Chicoteadas! Que sejam livres! Que as crianças tenham acesso à educação e possam viver em paz e fora das guerras, de um grupo de radicais que não obedece às leis de um homem mas ao radicalismo escrito por si sobre o seu próprio Deus! Não é que os outros países não importem, os outros temas sejam menos relevantes que este, mas esta é uma crise humanitária que está acontecer in loco e não pode ser abandonada, quando os aviões partirem e população ficar às mãos destes terroristas sanguinários. Vemos bebés a serem atirados das redes de arame farpado para as mãos dos soldados como fossem bonecos de farrapos, tal é o desespero, crianças com as caras em feridas que escorrem sangue e choram lágrimas de profundo medo e terror. Mães que perderam os filhos. Pais que perderam os filhos. Crianças marcadas que perderam ambos os pais. 

Meninas raptadas para serem violadas e forçadas a casar com terroristas! A questão dos direitos humanos para as mulheres e crianças falha e irá falhar sempre em qualquer lado, a questão é, o que é que fazemos com isso? Tentamos mudar uma lei, no nosso país, para que seja mais justo o futuro dessas crianças? Tentamos mudar situações que se passam a nível mundial criando campanhas, reportando as situações, dando destaque aos seus desenvolvimentos, petições e ações? Ou porque acontecem em todo o lado do mundo, incluindo na casa do vizinho do lado, ficamos de braços cruzados a ver poças de sangue, e livros a serem atirados para a fogueira, juntamente com milhares de sonhos perdidos? 

Eu penso na Humanidade primeiro e da Humanidade advém a responsabilidade de agir para que nenhuma mulher seja esquecida, nenhuma criança perca o brilho que traz nos olhos e para que todos nós possamos encontrar no meio do caos uma voz comum contra estas atrocidades, porque juntos conseguimos alcançar o inimaginável!