Turismo com boas expectativas para os próximos meses

Tudo depende, claro está, do rumo que a pandemia levar. Mas se o turismo continuar como esteve este verão, há motivos para sorrir, garantem responsáveis do setor.

Quase terminado o verão, o turismo tem motivos para sorrir. Um pouco por todo o país as várias entidades turísticas dão conta de um “bom verão”, em muitas zonas até “acima das expectativas”. Mas o futuro será igual? A pandemia já ensinou que o dia de amanhã é sempre incerto mas, para os responsáveis do setor ouvidos pelo i, não há dúvidas de que, se tudo continuar assim, os números globais deste ano podem ser bons e 2022 será bom também.

“Há uma boa expectativa para setembro, outubro e novembro já que é a época alta do golfe”, começa por dizer João Fernandes, presidente do Turismo do Algarve. E pelo menos as reservas já mostram um bom sinal: “Temos muitas reservas em carteira destes mercados que esperamos, obviamente, que se concretizem”, acrescenta.

“Temos, a expectativa de ter uma procura forte para o turismo de natureza, turismo náutico e golfe que agora encontram a sua melhor oportunidade em setembro, outubro e novembro”, diz ainda João Fernandes que, apesar de admitir não estar a falar de uma presença igual à do mês de agosto, defende que é “igualmente importante”.

Acresce o facto de o Reino Unido contar, em outubro, com as férias escolares e por isso há “bons indicadores de reserva”. Sem esquecer ainda o grande prémio Algarve em Moto GP, que se realiza em novembro. “Com a realização do grande prémio Algarve em Moto GP e com o nosso Miguel Oliveira a correr mas também com [Valentino] Rossi a fazer das últimas aparições a este nível penso que teremos uma enchente no Autódromo do Internacional Algarve que está limitado a 75% da sua capacidade mas ainda assim já com uma boa afluência e com os bilhetes a venderem-se rapidamente”. 

Por isso, não há dúvidas: “Há  alguns sinais interessantes para setembro, outubro e novembro mas todos eles estão dependentes do contexto do momento”.

O mesmo acontece no Alentejo e Vítor Silva, presidente do Turismo do Alentejo, diz que, para já, “não há receio que se perca o rumo de recuperação”, mas só no caso de a situação pandémica continuar “mais ou menos controlada”. “Já vimos que abrimos para mercados transcontinentais como não era possível. Nomeadamente para o Brasil, que é um mercado importantíssimo para o Alentejo a par com a Alemanha que é o segundo mercado”, diz. Acrescentando que “os brasileiros estão mortinhos por viajar”, o responsável prevê bons meses futuros. Apesar de outubro, novembro e dezembro não terem a mesma expressão dos meses de verão, Vítor Silva defende que “a recuperação do turismo vai ser evidente”.

Um pouco mais a norte, no Centro do país, viveu-se um verão “muito acima das expectativas” mas, como esta não é uma região de muita sazonalidade, prevê-se que a recuperação continue nos próximos meses. “O Centro de Portugal é um destino de qualidade durante todo o ano e é menos afetado do que outros pela sazonalidade”, diz Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro. “Por isso, e desde que a pandemia não nos traga surpresas negativas, acreditamos que a recuperação veio para ficar e que até ao final do ano os números serão positivos”, defende.

Opinião que é partilhada pelo Turismo Porto e Norte. “A nossa expectativa é que progressivamente o setor do turismo retome a normalidade no período anterior ao Covid”, defende Luís Pedro Martins, presidente da entidade. E acrescenta: “Com o trabalho de promoção que temos efetuado nas várias campanhas realizadas, com a implementação do certificado digital de vacinação e a progressiva abertura dos mercados internacionais, não temos dúvidas de que a recuperação do setor irá continuar numa curva ascendente”.