Braga. PSD quer manter o grande ‘saque’ de 2013

Ricardo Rio tenta o seu terceiro e último mandato na Câmara de Braga. Duas vitórias firmes ao PS fizeram-no presidente nos últimos oitos anos. Enquanto a direita avança junta, a esquerda avança separada.

Em 2017, mais de 49 mil votantes fizeram Ricardo Rio, através de uma coligação PSD/CDS-PP/PPM, dar uma ‘cabazada’ a Miguel Corais, do PS. O primeiro registou 52,06% dos votos, enquanto Corais ficou a nadar nos 27,9%. Tratou-se da segunda grande vitória de Ricardo Rio, uma vez que este, em 2013, tinha  conquistado a autarquia ao Partido Socialista, que a governava ininterruptamente desde os tempos em que Cardeal Cerejeira era vivo.

Já este ano, o autarca cujo apelido é homónimo do líder do seu partido terá como principal adversário Hugo Pires, do PS. Vencendo, Ricardo fará o seu terceiro e último mandato à frente da antiga cidade romana. Para a batalha de 2021, o autarca decidiu manter as muletas do CDS e do PPM, acrescentando-lhes, todavia, uma borrachinha extra: a Aliança. É este o cenário político da Direita em Braga, conduzido por um bracarense de 49 anos, licenciado e mestrado em Economia pela FEP.

 

A Esquerda de Braga

À esquerda, entre outras propostas, o candidato do PS, Hugo Pires, promete a gratuitidade dos transportes públicos – que Ricardo Rio considera “irresponsável” -, a sua “melhoria de serviço” e o alargamento do programa “School bus” a todas as escolas do concelho (ou seja, autocarros na periferia da cidade que transportem os alunos até às escolas no centro, desincentivando os encarregados de educação a usarem os seus carros). Apesar de divergências entre os candidatos, há praticamente unanimidade quanto à importância de desatar o Nó de Infias, reduzir o número de carros em circulação na cidade, e abrandar o excesso de velocidades nas avenidas. Tal, concordam, só será possível através de uma aposta forte nos transportes públicos.

Entre os candidatos consta também Teresa Mota – uma tomarense que agora se posiciona para dirigir a vida do cidadão bracarense. Com 57 anos, Teresa Mota é a aposta do Livre para a Bracara Augusta. Teresa foi professora de Geologia e Biologia, sendo atualmente responsável por uma empresa de serviços geológicos naquela cidade. Para além de ser investigadora no CIUHCT – Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia -, Teresa encabeçou o Livre no distrito de Braga nas legislativas e concorreu ainda, como independente apoiada pelo Livre, às última eleições europeias.

A esquerda junta ainda Bárbara Barros, pela CDU, para quem a sua coligação é uma presença “imprescindível” nos órgãos municipais. Entre outros assuntos, Bárbara realça ainda a importância da CDU em propostas como a descida do IMI para uma taxa de três por cento – “um alívio fiscal”. O Bloco, por sua vez, apresenta Alexandra Vieira. No debate transmitido na RTP, a bloquista notou o facto de Braga ter sido o município que mais cresceu no país para explicar que esse crescimento não fora acompanhado com o dos serviços públicos municipais.

Além dos candidatos mencionados, na corrida por Braga estão também Rafael Pinto, do PAN; Olga Baptista, do IL e Eugénia Santos, do Chega.