Sindicatos reúnem-se esta sexta com BCP

Se os bancos não recuarem, disseram, “irão declarar uma greve conjunta” a realizar ainda em setembro. 

Os sindicatos dos bancários reúnem-se com a administração do BCP esta sexta-feira e com a do Santander Totta dia 16. As reuniões foram pedidas com urgência pelos sindicatos, que ameaçam com greve caso os bancos avancem com despedimentos. Em causa está a saída de cerca de três mil trabalhadores. A UGT já apelou a apoio internacional na luta contra os despedimentos na banca. 

Os sete sindicatos representativos dos bancários estiveram reunidos na terça-feira para discutir os despedimentos, tendo decidido pedir com "caráter de urgência" reunião com as administrações do BCP e do Santander Totta para "exigir o fim imediato de qualquer intenção de despedimento coletivo ou de figuras análogas".

Se os bancos não recuarem, disseram, "irão declarar uma greve conjunta" a realizar ainda em setembro. 

O BCP anunciou, há duas semanas, que vai avançar para o despedimento de até 100 trabalhadores, depois de ter chegado a acordo com cerca de 800 funcionários para saídas por acordo (reformas antecipadas, pré-reformas e rescisões por mútuo acordo).

Segundo fontes dos trabalhadores, durante esta semana, o BCP tem estado a contactar novamente funcionários a quem tinha proposto a rescisão por mútuo acordo para sugerir agora a saída por pré-reforma (mais vantajosa financeiramente para o trabalhador).

Já o Santander Totta pretende a saída de 685 trabalhadores. Fonte oficial do banco disse na terça-feira à Lusa que já foi acordada a saída com mais de 400 trabalhadores (reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo). Há 230 funcionários com os quais não chegou a acordo, pelo que poderão ser abrangidos por despedimento, mas o número não é definitivo pois o processo não está fechado.

Os principais bancos portugueses estão a reduzir milhares de trabalhadores este ano (depois de o setor bancário ter cortado cerca de 15 mil postos de trabalho entre 2009 e 2020), sendo BCP e Santander Totta os que têm processos mais 'agressivos', incluindo com intenção de despedimentos coletivos.

Os sindicatos têm acusado os bancos de repressão laboral e de chantagem para com os trabalhadores, considerando que os estão a forçar a aceitar sair por rescisões (sem acesso a subsídio de desemprego) ou por reformas antecipadas. Isto ao mesmo tempo que os bancos têm elevados lucros, acrescentam.