TAP. Despedimento coletivo reduzido para 78 trabalhadores

 A saída de trabalhadores fica abaixo dos 124 previstos e depois da redução para 82 anunciada em agosto, disse a CEO, no Parlamento.

O despedimento coletivo na TAP vai abranger 78 trabalhadores, abaixo dos 124 previstos e depois da redução para 82 anunciada em agosto, após se terem alcançado mais quatro acordos, anunciou a presidente executiva da companhia aérea, onde esteve a ser ouvida pelos deputados. “Este processo tem sido muito complicado, mas temos de facto um processo de despedimento coletivo de 78 pessoas”, disse, Christine Ourmières-Widener. Tratou-se do primeiro ato público de Christine Ourmie`res-Widener, que assumiu o cargo em 25 de junho, substituindo Ramiro Sequeira, que assumiu a presidência. 

Recorde-se que a transportadora iniciou em 26 de julho um processo de despedimento coletivo de 124 trabalhadores, que abrangia 35 pilotos, 28 tripulantes de cabina, 38 trabalhadores da manutenção e engenharia e 23 funcionários da sede. Mas, entretanto, o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) interpôs uma providência cautelar para suspender o despedimento coletivo de trabalhadores da TAP seus associados, que deu entrada no Juízo do Trabalho de Loures, em 2 de agosto. Um dia mais tarde várias estruturas sindicais que representam os trabalhadores da TAP já tinham anunciado que iam avançar com ações legais para travar o despedimento coletivo.

Já quando questionada sobre a redução de pessoal e se os que permanecem na companhia aérea têm capacidade para assegurar a operação, a presidente executiva considerou que a TAP está com os recursos de que necessita neste momento. “Se crescermos mais, estamos atentos para adaptarmo-nos a esta necessidade. A verdade é que o crescimento está a ser mais lento do que o esperado”, acrescentou. Ainda assim, admitiu que a procura por viagens aéreas estagnou a tal ponto, devido à pandemia de covid-19, que é difícil compreender a extensão dos danos e quanto tempo demorará a recuperação.

A CEO da transportadora garantiu, no entanto, que as repercussões na TAP têm um efeito sistémico. “Não me cansarei de repetir que a TAP era o garante de circulação estimada em mais de  três biliões de euros na economia portuguesa”, acrescentou a responsável, lembrando que, em 2019, a TAP comprou cerca de mil milhões de euros a mais de mil empresas nacionais, acrescentando que a companhia aérea “contribuía de forma significativa para o desenvolvimento do setor do turismo”, ajudando também para a redução da balança comercial.

No entanto, devido às restrições à mobilidade adotadas para conter a propagação do coronavírus, a transportadora registou, em 2020, cerca de menos 12 milhões de passageiros, o que corresponde a uma descida de mais de 70%, comparativamente a 2019.

Mas aos deputados, deixou uma garantia: todos os membros da sua equipa já “arregaçaram as mangas para trabalhar” na recuperação da companhia. Já quanto à data expectável para a aprovação da Comissão Europeia em relação ao plano de reestruturação, Christine Ourmières-Widener remeteu a questão para o Governo, que tem liderado as discussões com Bruxelas.

Futuro da Groundforce

A presidente executiva da TAP afirmou também que a companhia aérea vai apoiar “todos os cenários que permitam um futuro risonho para a Groundforce”, na assembleia de credores da próxima semana.

“A TAP tem apoiado a Groundforce em tempos difíceis, garantindo que os seus trabalhadores recebem o salário no final do mês. […] É um parceiro estratégico porque trata do nosso ‘handling’ no nosso ‘hub’ [Lisboa] e queremos que seja uma empresa forte e eficiente”, disse aos deputados.