Cartão do adepto dá dores de cabeça

Para o clássico do último sábado, a venda de bilhetes levantou polémica entre os Super Dragões e o Sporting, e foi o primeiro obstáculo no caminho do recém-criado cartão do adepto.

Cartão do adepto dá dores de cabeça

João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, fez questão de afirmar, na sexta-feira, «a convicção de que o cartão do adepto é uma boa lei» e «uma boa medida», quando discursava na apresentação da Semana Europeia do Desporto 2021, no Estádio do Jamor.

A Primeira Liga está de volta, e com ela o regresso dos adeptos aos estádios de futebol. O clássico entre Sporting e FC Porto, que aconteceu no sábado, foi, no entanto, o palco do primeiro ‘grande’ conflito relacionado com o dito cartão do adepto e a venda de bilhetes. Sobre o regresso dos adeptos aos estádios, João Paulo Rebelo confessou ter «esperança e certeza, do ponto de vista das forças de segurança, que o comportamento dos adeptos seja o adequado», e que o dito espetáculo em campo «seja aquele que queremos ter nos recintos desportivos, que é no fundo o espetáculo vivo do público, mas de um público participativo, vibrante e entusiasmado».

O secretário de Estado aproveitou também para defender a importância de «todas as regras de civismo e que, sobretudo no desporto, em que tantos valores importantes se praticam e ensinam à sociedade, sejam praticados pelos adeptos».
Depois de avisar que «tudo o que tenha a ver com fenómenos de violência, atitudes menos corretas, não tem lugar no desporto e é isso que pretendemos», Rebelo abordou a situação do cartão do adepto, que impossibilitou a venda de bilhetes da parte do FC Porto para o jogo de sábado.

«Compreendo que haja um período de adaptação, que todos os agentes, de uma forma geral, têm de se adaptar a estas novas regras. Espero que todos os promotores façam uso do que a lei lhes permite e possam servir o seu desporto, neste caso a sua modalidade, que é o futebol», defendeu, recordando que o cartão do adepto está em vigor desde a temporada passada, apesar da falta dos adeptos nas bancadas dos estádios.

Dispersão e processos complexos

Os Super Dragões, a claque de apoio do FC Porto, emitiram um comunicado, relativamente ao clássico frente ao Sporting, afirmando que, depois de ter aderido a esta nova realidade, passaram «a viver num clima de discriminação e marginalização face aos restantes adeptos de futebol».

Quem também se pronunciou sobre o assunto foi a presidente da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA). À Lusa, Martha Gens fez questão de referir que «não foi dada a possibilidade ao FC Porto de vender os seus próprios bilhetes», o que, augura, vai levar os ‘dragões’ a perder o controlo «relativamente aos bilhetes que vende para os seus adeptos», resultando em possíveis problemas de segurança em Alvalade.