Amadora. Suzana quer fazer tremer o sistema, mas Carla é favorita

A Amadora está nas mãos dos socialistas há 24 anos. Carla Tavares quer fazer o seu terceiro e último mandato. Pela frente apareceu uma mulher que parece não estar para brincadeiras: Suzana Garcia.

A Amadora vai a votos e o país tem os olhos postos no concelho. Tudo devido a uma mulher: Suzana Garcia, a candidata de uma coligação de direita – PSD-CDS-Aliança-MPT-PDR – à autarquia. A advogada era já conhecida pelos portugueses devido aos seus comentários disruptivos no programa de Manuel Luís Goucha – mandatário desta sua candidatura – na TVI.

Disrupção essa que, ao que parece, quis trazer para a sua campanha autárquica na Amadora. A jurista, que Rio considera ter o “perfil exato” para o concelho, entre várias ações de campanha particularmente incisivas, destacou-se por uma que foi bastante criticada: um outdoor a dizer que no dia das eleições o “sistema vai tremer”. Ora, tal discurso foi considerado uma incongruência pelo facto do PSD ser, precisamente, um dos dois ‘pais’ do sistema. A advogada, que nunca viveu no concelho, afirma pretender representar “a diversidade social, étnica, religiosa e cultural” da Amadora, focando-se na “Amadora e nos amadorenses”, com quem conta para “poder mudar a cidade”.

Carla Tavares favorita Por muito que se fale em Suzana Garcia – o que só é bom para ela –, tudo indica que quem vencerá a corrida será Carla Tavares, do PS. A candidata, nestas eleições, atira-se ao seu terceiro e último mandato para presidente da autarquia. Nas últimas eleições, obteve uma vitória esmagadora (quase 48% face aos 18% de uma coligação PSD-CDS), algo que certamente não se importará de replicar este ano. Com 50 anos e licenciada em em Gestão, Carla Tavares diz ter “o firme propósito de continuar a servir a Cidade de forma empenhada, leal, dedicada e com sentido de responsabilidade”.

A destacar ainda António Borges, candidato pela CDU. Destaca-se pois, antes do PS, em 1997, conquistar o concelho, que era comunista desde 1979. Licenciado em Gestão Bancária e formado em Administração Escolar, António Borges foi membro da Assembleia Municipal da Amadora e é, atualmente, membro da Assembleia de Freguesia de águas Livres. Entrando em disputa direta com os socialistas, promete “superar todos os retrocessos e atrasos, consequência de 24 anos de gestão PS” que considera “imperativo interromper”. Em 2017, com Amável Alves como candidato, a CDU teve 12,2% dos votos.

Restantes candidatos Candidatam-se ainda Carlos Macedo, de 53 anos, pelo PAN; Deolinda Martins, de 64 anos, pelo BE; Henrique Tigo, de 43 anos, pelo PPM/RIR; Gil Garcia, de 50 anos, pelo MAS; José Dias, pelo Chega e Nuno Ataíde, de 46 aos, pelo IL.

Propostas

Questões multirraciais
A Iniciativa Liberal, que, na voz do líder do partido vê o município como muito mais do que “um mero dormitório” afirma que, na área do policiamento, há necessidade “de ter muito maior política de proximidade, não tratar zonas do concelho como uma espécie de zonas de exclusão”.

Bolsas de estudo
Numa entrevista ao i, em maio deste ano, Suzana Garcia, candidata pela coligação “Dar Voz  à Amadora” afirmou que iria conceder “1500 bolsas de estudo, e essas bolsas não são só para jovens, são também para adultos, as minhas bolsas de estudo não têm limite de idade…”.

Videoproteção
Com o lema “Com as pessoas, sempre”, Carla Tavares, candidata pelo PS, pretende instalar 140 câmaras 
de videoproteção, ampliar e intervir da divisão da PSP da Mina, assim como intervir na esquadra da PSP da Reboleira.

Um centro de saúde por freguesia
Devido a “milhares de amadorenses” não terem um médico de família, o Partido das Pessoas, Animais e Natureza (PAN) pretende “construir um centro de saúde em cada freguesia, reabilitar os centros de saúde já existentes, contratar mais profissionais de saúde e atribuir um médico de família a cada munícipe”.

Habitação é prioridade
António Borges, candidato à Câmara Municipal pela CDU sob o lema “Dar Vida à Amadora”, refere que a prioridade para os próximos quatro anos é a habitação, assim com a aplicação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.