André Peralta Santos deixa Direção dos Serviços de Informação e Análise da DGS

Especialista deixou instituição para concluir doutoramento.

André Peralta Santos despediu-se da Direção-Geral da Saúde (DGS). Foi através do Twitter, que o especialista em saúde pública anunciou que deixou o cargo de diretor de Serviços de Informação e Análise da autoridade de saúde, cerca de um ano depois de assumir o desafio.

“Termino a minha missão como diretor na DGS. Foi um enorme privilégio e desafio estar ao leme da informação e análise durante 1 ano na maior pandemia do século. Volto para a minha vida académica com a sensação de dever cumprido”, escreveu numa publicação partilhada nas redes sociais, no sábado, revelando que irá terminar um doutoramento nos Estados Unidos.

O especialista, um dos que representou a DGS nas reuniões do Infarmed, havia sido nomeado para o cargo, em regime de substituição, em setembro de 2020, após Inês Estevinho Fronteira ter cessado funções, também em regime de substituição, por vontade própria.

No Twitter, André Peralta Santos deixou ainda algumas notas sobre o trabalho desenvolvido nos últimos meses.

“Quando comecei sabia que ia ser uma missão de curta duração, tenho um PhD [doutoramento] para acabar nos USA. Com a epidemia estável, 85% da população com pelo menos uma dose da vacina, estabilidade na sucessão do serviço na DGS, demos a minha missão por terminada”, escreveu, sublinhando que sai com a “sensação de dever cumprido”.

O especialista recordou as suas funções – “estabilizar os sistemas de informação; aumentar a rapidez, quantidade e qualidade da informação produzida e partilhada e melhorar a qualidade da análise” – e destacou as “pequenas vitórias” obtidas ao longo do ano: “Novo sistema de informação BI SINAVE; Avaliação risco local; Maioria da análise automatizada em R 4.4; Integração de dados de sistemas de info da DGS (SINAVE, SICO,VACINAS); Relatórios técnicos e Linhas Vermelhas”.

André Peralta agradeceu ainda àqueles que consigo colaboraram, nomeadamente à DGS, Infarmed, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge ou a task force, e admitiu que houve algumas “dificuldades” neste ano.

Apesar disso, o especialista destacou as grandes lições que aprendeu, como ser “rápido” e agir com pouca informação.

“Fiz parte da história da instituição (DGS) que ao longo dos últimos 120 anos controlou ou eliminou várias doenças (pólio, tétano, sarampo, difteria). Acho que dentro de pouco tempo podemos adicionar mais uma doença ao leque, a covid-19. Obrigado”, concluiu.

O tratamento de dados da pandemia irá continuar com Pedro Pinto Leite, que é chefe da Divisão Epidemiológica e de Estatística.

Sublinhe-se que podem vir a ser conhecidas mais mudanças no que diz respeito à DGS. Ao Público, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu que o esquema de publicação diária de relatórios de situação da covid-19 está a ser repensado bem como a sua periodicidade.

“Vamos libertar os portugueses desta carga que é recordar todos os dias quantos casos, quantos internamentos, porque isso também dá um peso à nossa vida”, disse.