“Não é a história que eu aceitei contar”. Alanis Morissette demarca-se de documentário sobre a sua vida

Depois de revelar que foi violada por vários homens aos 15 anos, cantora diz que o documentário “inclui implicações e factos que simplesmente não são verdadeiros” e que foi “enganada por um falso sentimento de segurança”. 

Alanis Morissette demarcou-se do documentário sobre a sua vida e recusou promovê-lo, afirmando que “inclui implicações e factos que simplesmente não são verdadeiros”. A posição da cantora surgiu pouco tempo depois de ‘Jagged’ estrear no Festival de Cinema de Toronto, na terça-feira.

Num comunicado, citado pela revista Rolling Stone, Morissette confirma que aceitou participar num “filme sobre a celebração do 25º aniversário de 'Jagged Little Pill'”, o seu primeiro álbum.  

“Entrevistaram-me numa altura em que estava muito vulnerável (durante a minha terceira depressão pós-parte e durante o confinamento). Fui enganada por um falso sentimento de segurança, mas a agenda perversa [de quem fez o filme] tornou-se-me evidente quando vi a primeira versão do documentário. Esta não é a história que eu aceitei contar. Sinto na pele o impacto de ter confiado em alguém em quem não confiava", afirmou.

O documentário deverá estrear na HBO ainda este ano, mas nem a plataforma de streaming nem a realizadora Alison Klayman, responderam às acusações da cantora.

“Agora tenho de lidar com as consequências de ter confiado em alguém que não merecia. Decidi não participar em nenhum evento a propósito deste filme por dois motivos: primeiro, estou em digressão. Segundo, porque tal como acontece em muitas biografias não autorizadas, esta inclui factos que não são verdadeiros. Embora esta minha história tenha alguns momentos de beleza e rigor, não vou apoiar a versão redutora que alguém fez de uma história que tem demasiadas nuances para que essa pessoa as consiga entender ou contar”, rematou.

Recorde-se que a cantora revelou no documentário, a que o Washington Post teve acesso no passado domingo, que foi violada por vários homens quando tinha apenas 15 anos. “Dizia sempre que tinha sido consentido, mas depois lembrava-me: ‘Hey, tu tinhas quinze anos, não podes consentir aos 15 anos”, contou.

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Na altura, a realizadora Alison Klayman afirmou que realizar o documentário “foi um privilégio” do qual “está muito orgulhosa”.

“Claro que gostava que a Alanis pudesse lá estar [na estreia]. Foi um privilégio fazer este filme e estou muito orgulhosa. Tenho esperança de que ela possa marcar presença noutros eventos do filme”, frisou.