Mais de 4.200 terramotos nas Ilhas Canárias põem em cima da mesa possível erupção vulcânica

Ao início, os terramotos foram registados a mais de 20 quilómetros de profundidade. Mas na quarta-feira passada, para além de ter sido registado um terramoto acima de 3 na escala de Richter, os sismos foram também localizados entre os seis e os oito quilómetros de profundidade. O magma está à procura de uma saída.

A ilha de La Palma, pertencente ao arquipélago das ilhas Canárias, sofreu, nos últimos dias, mais de 4.200 pequenos terramotos e ainda uma deformação no solo – indicando que exista magma no subsolo à procura de uma saída – o que pode resultar numa erupção vulcânica nos próximos dias.

“Não podemos fazer um prognóstico a curto prazo”, afirma Maria José Blanco, diretora do Instituto Nacional Geográfico (ING) das Ilhas Canárias, citada pelo El País. Mas avisa: “tudo indica que evoluirá para terramotos de maior magnitude e que serão de maior intensidade e que serão sentidos pela população”.

Ao início, os fenómenos foram registados a mais de 20 quilómetros de profundidade. Mas na quarta-feira passada, para além de ter havido um terramoto acima de três na escala de Richter, o epicentro dos sismos foi localizado entre os seis e os oito quilómetros de profundidade.

Em 2011, El Hierro, também nas Ilhas Canárias, sofreu uma tensão sísmica que durou várias semanas e que desencadeou uma erupção vulcânica subaquática. Contudo, a diretora do ING explica que a situação atual é “muito energética” quando comparada com a situação ocorrida há dez anos: os terramotos de agora libertaram (apenas) em três dias a mesma quantidade de energia que foi solta, ao longo de semanas, naquela altura.   

A última erupção vulcânica nesta região foi há 50 anos – com o acordar do vulcão Teneguía – que expeliu lava durante mais de três semanas. O subsolo de La Palma ficou adormecido até 2017, quando a atividade sísmica começou a dar (novamente) sinais de vida, com os pequenos terramotos a serem mais recorrentes nos últimos dias.