Mais duas pessoas esfaqueadas este fim-de-semana na noite de Lisboa.

Parecem longínquas as noites em que a capital se encontrava vazia devido à pandemia. As multidões estão de volta, assim como a insegurança.

Um homem de 30 anos foi esfaqueado ao início da manhã de ontem na zona de Santos, no culminar de um fim-se-semana que juntou milhares de pessoas, álcool e música.

Fonte do Comando Metropolitano de Lisboa confirmou o caso, acrescentado que a vítima acabou por ser conduzida para o hospital. Não foram, no entanto, adiantadas mais informações, uma vez que o caso está sob investigação da Polícia Judiciária.

Contactada pela agência Lusa, uma fonte do INEM informou que tinha sido recebida uma chamada às 6h39 para a estação de comboio de Santos. A vítima era um homem branco que tinha sido agredido com uma arma branca, havendo indicação de um segundo ferido.

A fonte acrescentou que foram acionadas duas “ambulâncias e a viatura médica de emergência e reanimação do hospital de São José”, não existindo, contudo dados clínicos, uma vez que as equipas ainda não tinham transmitido os dados ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

Ainda este fim-de-semana mas um dia antes, um jovem de 21 anos foi esfaqueado na mesma zona. O suspeito da agressão ainda não foi identificado.

Segundo o Comando Metropolitano de Lisboa, o alerta foi dado pelas 3h40 da manhã e as duas situações não estarão relacionadas.

Na altura das agressões a Polícia já se encontraria na área mas não conseguiu chegar ao local a tempo de perceber quem fora o agressor. A prioridade foi então prestar socorro à vítima, que acabou por ser transferida para o Hospital de São José, não estando, no entanto, em perigo de vida.

 

Ajuntamentos levam PSP a tomar medidas

A quantidade de pessoas que se tem vindo a juntar nas últimas semanas na zona de Santos para aproveitar a noite tem sido cada vez maior.

As imagens têm sido partilhadas nas redes sociais e não deixam margem para dúvidas: eram milhares aqueles que marcavam presença no Largo Vitorino Damásio.

Numa publicação na rede social Instagram, uma utilizadora partilhou uma imagem do largo totalmente preenchido, impedindo um carro de passar com a descrição: “Isto está-se a passar desde o início do mês em Santos. Infelizmente, ontem [sexta-feira] foi a pior noite e está a ficar descontrolado. Bloqueiam o trânsito e, como veem, intimidam os condutores e atacam viaturas”.

Em declarações ao Observador, o Comissário Ricardo Barata adiantou que as autoridades têm estado atentas, acrescentando que a situação teve como causa “o fecho dos bares às duas da manhã” e que, pouco tempo depois, a multidão de jovens entre os “16 e 25 anos” já tinha sido dispersada sem “qualquer tipo de tensão” ou autos levantados.

As agressões deste fim-de-semana não foram as primeiras. Conforme o Nascer do Sol noticiou no passado sábado, a noite de Lisboa está a lidar com uma situação nunca antes vista, com violência provocada por uma guerra “pelo controlo do tráfico de armas e de droga e por redes de prostituição”. No fim de semana de 11 e 12 de setembro duas pessoas morreram e seis ficaram em estado grave. As vítimas teriam relacionadas com essa guerra pelo controle do crime organizado.

As autoridades afirmaram que é necessário que se alerte “os jovens para os perigos que correm quando estão sozinhos na zona do Bairro Alto, Bica e Cais do Sodré”, pois só assim podem “tomar outras precauções”.