Restauração. AHRESP e Pro.var defendem fim das restrições

Sucesso da vacinação em Portugal é uma das justificações das duas entidades que lembram também que “a crise ainda não acabou” e que é preciso continuar a ajudar as empresas do setor.

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) insistiu esta quarta-feira na necessidade de os estabelecimentos de restauração e alojamento turístico “regressarem à normalidade, eliminando as restrições existentes ao funcionamento”. A associação diz que o fim destas restrições vai permitir “também a reabertura das atividades que ainda estão encerradas por imposição legal”, como é o caso da animação noturna.

A justificação é simples: “Perante o sucesso que tem sido a vacinação no nosso país, não há qualquer justificação para não avançarmos já para a 3.ª fase de desconfinamento, não descurando o Governo a importância de continuar a apoiar as empresas, depois de mais de um ano e meio de quebras para pandemia”, diz a associação em comunicado, acrescentando que “a crise ainda não acabou para as empresas de alojamento turístico, restauração e similares e é por isso fundamental que se mantenham apoios e se incentive o consumo nestes estabelecimentos”.

Na mesma linha de pensamento está a Associação Nacional de Restaurantes, a Pro.var que diz que “atingida a imunidade de grupo, espera que as restrições sejam totalmente abolidas”, alertando ainda para “a necessidade de se apoiar convenientemente todas estas empresas de modo a mitigar os efeitos negativos”.

O mais recente inquérito levado a cabo pela associação liderada por Daniel Serra junto dos empresários do setor mostra que no período em que decorre a obrigação de apresentação à entrada do restaurante, do certificado digital ou teste negativo, “estas restrições somadas às que já estavam em vigor anteriormente, provocaram efeitos díspares na frequência de clientes nos restaurantes”.

Para os que contam com esplanada, a atividade melhorou mas para quem não a tem – ou para os centros comerciais – essa melhoria não aconteceu. “Tiveram todos (100%) perdas de clientes, muito embora as perdas sejam cada vez mais reduzidas, num valor médio de perda de 60,1%, aos fins de semana (sexta ao jantar, sábado e domingo), a exigência deste requisito à entrada dos restaurantes continuam a afastar uma parte muito significativa de clientes”, garante a Pro.var.

O inquérito mostra ainda que 79,1% das empresas da restauração receberam menos de metade das ajudas que precisavam face às perdas, 25,4% não recebeu qualquer tipo de apoio e 57,4% não consegue liquidar todas as despesas.

Por isso, a Pro.var pede que o Governo elimine todas as restrições “designadamente a obrigatoriedade de apresentação dos certificados digitais ou testes à entrada dos restaurantes e que essa responsabilidade passe para os clientes, ao exemplo do que acontece com a exceção de limitação de lugares, quando se trata de coabitantes”.