Um novo SNS é ‘imperativo’

‘Necessitamos de um SNS robusto, economicamente saudável, alargado, gratuito, universal, pago com os nossos impostos’.

«Não temos qualquer dúvida de que o atual modo de vida ocidental (social, lazer, trabalho), baseado numa sociedade capitalista, vai ter de ser mudado de modo a conter esta e outras ‘vagas’ epidémicas». O alerta é de Ana Leixo no artigo Por um Novo SNS incluído no estudo Trabalhar e Viver no Século XXI.

E, face a esse cenário, a professora universitária admite que a sociedade tem de repensada e alterada «sob pena de continuarmos a ser vítimas de pandemias por total desorganização ambiental e social» e com vista a uma «sociedade mais justa, mais humanizada, com redução dos abismos sociais, compensação da força de trabalho, por melhores condições de habitação e de educação». 

É aqui que, segundo Ana Aleixo, se afirma como indispensável ter um novo SNS. Já que, perante a pandemia, foi possível concluir que é necessário ter um serviço de saúde público preparado para o presente e para o futuro.  «Necessitamos de um SNS robusto, economicamente saudável, alargado, gratuito, universal, pago com os nossos impostos, com profissionais tanto em dedicação exclusiva do pessoal médico como em 35 horas de trabalho. Este SNS foi desmantelado pelo estado capitalista com criação de hospitais privados com fins lucrativos, e esta finalidade tem sido atingida com facilidade no tratamento de doenças crónicas não transmissíveis», refere no seu artigo.

A par do investimento na estrutura física dos hospitais e no aumento de profissionais nomeadamente da área dos cuidados intensivos, medicina interna e médicos de medicina familiar, a autora lembra que há trabalho a fazer também e nomeadamente no que diz respeito à  educação da população perante uma pandemia, assim como em matéria de preparação de um cenário de diagnóstico precoce de infetados, rede de infeção e possibilidade de serem montadas cercas sanitárias localizadas. Ana Aleixo chama também a atenção para a necessidade de resolver o problema dos idosos.