PS. “Continuamos a ser o maior partido autárquico”, diz Costa

Apesar da derrota em Lisboa, o secretário-geral socialista garante “que o interessa é o conjunto do resultado nacional”.

Apesar da derrota inesperada em Lisboa, António Costa garantiu que o “PS continua a ser o maior partido autárquico, em número de câmaras”. Ainda assim e, ainda antes de terem sido conhecidos os resultados, tinha admitido que “uma derrota em Lisboa penaliza qualquer partido”.

Mas vamos a números.

De acordo com o secretário-geral socialista é a segunda vez nas história das eleições autárquicas que um partido vence este sufrágio três vezes consecutivas, sublinhou, um feito que já tinha sido alcançado pelo PS em 1997, 1993 e 1989. “Por isso, permitam-me, a todos os militantes e candidatos, felicitá-los vivamente por esta vitória”. E lembrou: “Como é natural, não ganhámos em todos os municípios, em todas as freguesias”, sendo que, “nuns casos, como Viseu, tivemos subidas notáveis”, “noutros tivemos derrotas inesperadas ou vitórias com que não contávamos”.

Costa agradeceu aos portugueses a “renovada confiança” depositada no PS e, salvaguardando que estas são eleições para as freguesias e para os municípios, notou que a “sua leitura nacional tem que ser feita com cautela”, acrescendo que “depois de seis anos de governação, e após um ano e meio difícil como atravessámos, com a mais grave crise económica que tivemos de enfrentar, os portugueses renovaram a sua confiança no PS”, deixando a promessa: “Podem contar com o PS em estar 200% empenhado em fazer o que é necessário, manter o rumo certo para garantir o futuro”.

 

Ponto de viragem

António Costa disse ainda que o país está a poucos dias de entrar “num ponto de viragem” graças “à adesão dos portugueses ao processo de vacinação” contra a covid-19. “Temos por isso de concentrar as nossas forças no que é essencial: relançar a economia, apostar tudo na criação de mais e melhor emprego, prosseguir a nossa agenda estratégica (…). Passadas estas eleições, é nisto que estaremos concentrados a 100% para sucesso do nosso país”.

E com as negociações do Orçamento do Estado para 2022 no horizonte, o líder socialista fez questão de não beliscar os resultados eleitorais dos comunistas, de quem precisam para aprovar o diploma orçamental. “Nem o PCP nem o PS confundem, de forma alguma, o processo das eleições autárquicas, que têm uma dinâmica própria, com a responsabilidade que temos de assegurar a estabilidade política, a continuidade da viragem política iniciada em 2015 e que o país manifestamente tem vontade de continuar. Não creio que haja qualquer perturbação das negociações, que estão calendarizadas em função deste resultado eleitoral”.

O secretário-geral garantiu ainda estar “empenhado” nas suas tarefas como primeiro-ministro, afirmando que “a grande prioridade é tratar de [ter] um bom OE para 2022, como [teve] para 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021, e que permitiu que o país, que esteve em estagnação durante muitos anos, tenha voltado a convergir com a União Europeia em 2017, 2018 e 2019, superado a crise brutal que atingiu [o país] em 2020 e que esteja em 2021 a recuperar”.

Já este sábado tinha garantido que “seguramente” este não será a sua última campanha eleitoral e revelou estar “200% empenhado em governar o país”. Esta reação surge depois de sexta-feira ter afirmado que tinha “muitas campanhas pela frente”.