Primeiro-ministro agradece a Gouveia e Melo sucesso da “missão espinhosa” da vacinação

Mais de 84% dos portugueses estão vacinados mas faltas a segundas doses ainda não permitiram chegar aos 85% certos. Acaba a task-force e militares assumem equipa de transição

O primeiro-ministro agradeceu esta terça-feira o "contributo fundamental" do coordenador da task-force de vacinação, Henrique Gouveia e Melo, para o que foi uma "missão espinhosa coroada de sucesso". Numa reunião que aconteceu esta manhã, e que assinalou a extinção oficial da task-force de vacinação da covid-19, Gouveia e Melo deu nota de que mais de 84% dos portugueses estão vacinados mas a meta dos 85% ainda não foi alcançada, uma vez que há 80 mil pessoas que já podiam ter feito a segunda dose e ainda não compareceram nos centros de vacinação.

Tal como o i noticiou hoje, Gouveia e Melo cessa funções na vacinação mas os militares vão manter um núcleo de transição da operacionalização da vacinação para o Ministério da Saúde e uma das tarefas em mãos para os próximos dias, foi anunciado, será começar a telefonar "pessoa a pessoa" a estes 80 mil elegíveis para receber a segunda dose da vacina contra a covid-19 para perceber por que não estão a comparecer e a responder aos apelos, feitos já várias vezes pela task-force.

"Neste momento, estamos em 86,5% das primeiras doses e já passámos os 84,3% das segundas doses, a caminho dos 85%, apesar de agora, nesta fase final, parece que as pessoas se esqueceram de que têm que tomar a segunda dose", disse Gouveia e Melo na reunião que arrancou esta manhã pelas 9h como a participação de António Costa e da ministra da Saúde, Marta Temido. No total, entre jovens com mais de 12 anos e adultos, restam 345 mil pessoas que poderiam ser vacinadas se quisessem, das quais 140 mil são pessoas que tiveram covid-19 nos últimos três meses, por isso ainda não podem ser vacinadas.

Com este cenário, Gouveia e Melo considera que a sua missão terminou. “A missão que me entregaram está terminada e, portanto, agora fica um núcleo a fazer a transição“, disse o responsável da task force, nomeado em fevereiro em substituição de Francisco Ramos, ex-secretário de Estado da Saúde e que foi o primeiro rosto da vacinação contra a covid-19 no país.

Na sua intervenção, António Costa disse que o sucesso da vacinação em Portugal, o país com maior cobertura vacinal no mundo, é um orgulho para todos os portugueses. Desejou a Gouveia e Melo felicidades e disse esperar que “agora tenha águas mais safas e de melhor feição” do que as que teve de enfrentar e depois de “coroado de sucesso” a “missão espinhosa” que foi a vacinação contra a covid-19. 

Futuro CEMA?

Como o i avançou na edição desta terça-feira, o vice-almirante regressará, depois de umas curtas férias, ao seu lugar de adjunto para o planeamento e coordenação do Estado Maior Geral das Forças Armadas (EMGFA), funções que manteve em acumulação com a task-force, ficando a equipa de transição da vacinação a ser liderada por Penha Gonçalves.

Com 60 anos, Gouveia e Melo deverá passar à reserva em novembro de 2022. No fim de semana, Paulo Portas, no seu espaço de comentário na TVI, disse que não estranharia se Gouveia e Melo viesse a ser Chefe de Estado Maior da Armada. O mandato do almirante António Mendes Calado, atual CEMA, foi prorrogado em março por proposta do Governo, não sendo conhecida proposta de substituição por parte do Governo. O i tentou obter esclarecimento junto do gabinete do primeiro-ministro se Gouveia e Melo será proposto pelo Governo para estas funções, não tendo obtido resposta.