Ministro da Defesa pretende acolher mais 72 afegãos que colaboraram com militares portugueses

Portugal já identificou 19 famílias que continuam no Afeganistão e que, segundo João Cravinho, “têm as portas abertas se quiserem vir para Portugal e quando houver condições para isso”. 

Ministro da Defesa pretende acolher mais 72 afegãos que colaboraram com militares portugueses

O ministro da Defesa Nacional pretende retirar 72 afegãos que colaboraram com militares portugueses no Afeganistão, sendo para Portugal um “dever moral” de ajudá-los.

"Temos hoje identificadas 19 famílias com um total de 72 pessoas que ainda estão em Cabul ou no Afeganistão para retirar", revelou João Gomes Cravinho, esta terça-feira, durante a Comissão de Defesa Nacional, na resposta à questão do deputado do CDS-PP sobre o fim da missão das Forças Nacionais Destacadas naquele país.

"Neste momento, estamos em contacto, dessas 72, com 45. 27 não responderam ao último contacto, mas continuaremos a procurar contactá-las", explicou o governante, indicando que todas estas famílias estão localizadas.

Agora, tal como os outros aliados, Portugal está a “procurar oportunidades para ajudá-las a sair”, apontou João Cravinho.

"Calcula-se que serão cerca de 1.800 pessoas em circunstâncias semelhantes para o conjunto de países da NATO e, portanto, dessas 1.800, 72 têm as portas abertas se quiserem vir para Portugal e quando houver condições para isso", detalhou o ministro.

João Cravinho também deixou um agradecimento ao "trabalho absolutamente notável, em circunstâncias de enorme dificuldade", dos quatro militares que se deslocaram, em finais de agosto, ao Afeganistão para ajudar na retirada de cidadãos do país, que permitiu trazer "56 pessoas daquele universo inicial de 116, que, entretanto, depois aumentou para 139 porque outros nomes se acrescentaram".

"Estabelecemos desde o princípio que Portugal tinha um dever moral de receber em Portugal aqueles que tinham colaborado com as Forças Nacionais Destacadas portuguesas e que estavam naturalmente em perigo de vida, exatamente por esse facto, isto é, eles arriscaram as suas vidas para trabalhar com as nossas forças e por isso temos esse dever moral de apoiá-los a eles e às famílias", salientou João Cravinho.

Até à data, Portugal já recebeu 178 refugiados afegãos desde a saída das tropas internacionais e norte-americanas em agosto daquele país, nomeadamente um grupo de 80 pessoas, na sua maioria atletas da equipa de futebol feminino e seus agregados familiares.