Mais de 6000 crianças em instituições, 2022 acolhidas em 2020

Número de rapazes é ligeiramente superior ao número de raparigas

Um total de 6702 crianças e jovens estavam, em 2020, em instituições de acolhimento residencial e familiar como medida de proteção, sendo que, 2022 dessas deram entrada nesse ano.

De acordo com o relatório de Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens CASA 2020, que será entregue na Assembleia da República, o número de crianças a serem acolhidas em instituições nos últimos dez anos tem vindo a descer, sendo que em 2019 foram acolhidas 2498 crianças e jovens e em 2018 esse número foi de 2137. Se comparamos o número de crianças e jovens que estavam em instituições em 2020 com as que estavam em 2011, o número passa de 6702 para 11 571. O relatório atual contempla dados até novembro de 2020, sendo que 86% dos menores estão em centros de acolhimento generalistas, nomeadamente na resposta Lar de infância e Juventude (LIJ) e em Centros de Acolhimento temporário.

Da caracterização anual fazem também parte os motivos que levaram os menores a ser afastados da situação em que estavam, por ser considerada um perigo, sendo que um menor pode ter sofrido várias destas situações.

Para 628 das crianças que estão no sistema (4%), a medida de proteção foi decretada devido aos maus tratos físicos de que eram vítimas, sendo que 71% sofria de negligência e 57% foram deixados sós entregues a si próprios ou com irmãos também crianças, por largos períodos de tempo. Sabe-se ainda que 32% das crianças deu entrada no sistema por motivos de absentismo escolar, 29% por negligência relativa aos cuidados de saúde e 28% devido à exposição a modelos parentais desviantes. Tal como nos outros anos, existe uma ligeira prevalência de jovens do sexo masculino (52% para 48% de raparigas). 

A maioria das 2022 crianças que deram entrada em instituições no ano passado eram dos distritos de Lisboa, Porto e Aveiro.