Rede de crime organizado na Roménia contrabandeava migrantes afegãos para França e Alemanha

O modus operandi consistia no contrabando de afegãos, “abordados em campos de refugiados ou noutros lugares onde requerentes de asilo se reúnem”. A rede facilitava o transporte e a acomodação ilegal dos migrantes, que pagavam entre mil a dois mil euros por “uma viagem perigosa em camiões”, sem conhecimento dos motoristas. Há 21 detidos. 

As autoridades alemãs e romenas, apoiadas pela Europol e pela Eurojust, desmantelaram, na terça-feira, uma rede de crime organizado envolvida no tráfico de pessoas, maioritariamente afegãs. Há 21 detidos: 16 de nacionalidade afegã, um iraniano e quatro romenos.

Segundo um comunicado da Europol, as investigações sugerem que a rede, composta maioritariamente por afegãos, começou a atuar nos distritos romenos de Timis e Arab em maio 2020.

O modus operandi consistia no contrabando de afegãos, “abordados em campos de refugiados ou noutros lugares onde requerentes de asilo se reúnem”. A rede facilitava o transporte e a acomodação ilegal dos migrantes, que pagavam entre mil a dois mil euros por “uma viagem perigosa em camiões”.

“Escondidos entre mercadorias, como troncos de árvores e paletes, os migrantes suportaram baixas temperaturas e condições desumanas durante vários dias de transporte”, lê-se na nota.

As autoridades acreditam que cerca de 200 pessoas tenham sido traficadas da Roménia para países da Europa Ocidental, principalmente para França e Alemanha.

Em Rosenheim e Munique, na Alemanha, foram detetados cerca de 50 casos. De acordo com as autoridades alemãs, os condutores não sabiam da existência de pessoas nos seus camiões, uma vez que “os contrabandistas aproveitavam os momentos em que os motoristas paravam para dormir na Roménia, para inserir os migrantes”, que só saiam do atrelado do camião quando chegavam a território alemão.

No total foram realizadas buscas em 19 locais da Roménia – 14 em Timisoara, quatro em Timis e uma em Bucareste – que culminaram na identificação de 27 suspeitos, 21 dos quais detidos, e na apreensão de dinheiro em monetário, dezenas de telemóveis, aparelhos eletrónicos e estupefacientes.