Inflação. FMI alerta para incertezas

“Disrupções prolongadas na oferta, choques nos preços do imobiliário e das matérias-primas, compromissos de despesa de longo prazo” são alguns dos argumentos apontados. 

 O Fundo Monetário Internacional alertou para que “permanece uma incerteza considerável” acerca da inflação, dada a natureza desconhecida da recuperação económica face à pandemia de covid-19.

“Disrupções prolongadas na oferta, choques nos preços do imobiliário e das matérias-primas, compromissos de despesa de longo prazo” são alguns dos argumentos apontados. 

"Olhando para a frente, a inflação deverá ter o seu pico nos últimos meses de 2021, esperando-se que volte a níveis pré-pandémicos a meio de 2022, tanto para economias avançadas como mercados emergentes, e com os riscos ascendentes", pode ler-se no texto hoje publicado pelo FMI.

O cenário base do FMI estabelece que, após o pico no final de 2021, de 3,6%, a inflação nas economias avançadas "irá baixar para 2% em meados de 2022".

No texto, a instituição liderada por Kristalina Georgieva refere vários fatores que podem influenciar o comportamento da inflação, como por exemplo a libertação das poupanças acumuladas durante a pandemia de covid-19.

"A libertação das poupanças em excesso acumuladas durante a pandemia pode fomentar ainda mais o consumo privado", lê-se no texto, que também alerta que, "de uma perspetiva macroeconómica, um crescimento sustentado da inflação nas economias avançadas que leve a uma retirada não antecipada da acomodação monetária poderia perturbar os mercados financeiros".