Ministro do Ensino Superior espera recomeço das aulas presenciais sem praxe e “sem humilhações”

Estas afirmações ocorreram, esta quarta-feira, durante a cerimónia de receção aos novos estudantes da Universidade de Évora. 

Ministro do Ensino Superior espera recomeço das aulas presenciais sem praxe e “sem humilhações”

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, espera que o recomeço das aulas presenciais deste ano letivo seja sem praxes e “sem humilhações”, depois de dois anos da pandemia de covid-19.

Estas afirmações ocorreram, esta quarta-feira, durante a cerimónia de receção aos novos estudantes da Universidade de Évora (UÉ), na qual Manuel Heitor disse que a “expectativa é que não haja praxes, porque este novo ano letivo é muito especial, após dois anos de uma crise pandémica que afetou os lugares de aprendizagem".

O governante também deseja que o recomeço das aulas no ensino superior "seja uma retoma nova, uma retoma sem humilhações" e "que tudo seja feito no respeito pelo próximo e garantindo sempre no ensino superior um espaço de liberdade e de tolerância".

Manuel Heitor tem estado a visitar as universidades do país para presenciar as receções aos caloiros e já encontrou "os maiores e mais interessantes movimentos de integração dos estudantes, com cultura, com desporto, com atividades científicas, sem necessidade de recorrer a práticas humilhantes", descreveu o ministro, ao indicar que nos últimos anos este tipo de movimento tem sido garantido.

A reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, também segue a mesma posição do ministro, ao defender que a “praxe não pode nunca ser humilhante”.

"Não há praxe dentro da universidade e isso os alunos sabem", explicou a reitora, afirmando ainda que esta atividade “continua a ser um problema, porque ainda não é integradora como deveria ser", que seria "pedagógica" se fosse "bem feita", mas a verdade é que "não é e há abusos".

Ainda na cerimónia, Ana Costa Freitas revelou que a UÉ se candidatou ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a construção da futura Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano e para a recuperação de um edifício para laboratórios na área aeroespacial.

Recorde-se que Manuel Heitor já expressou a sua intenção de abrir mais três cursos de medicina até 2023, um dos quais na UÉ.

A reitora disse que a instituição só irá avançar com este projeto "quando houver condições sólidas ao nível de corpo docente e de funcionamento".

"Não sei se nós teremos em 2023 um curso de medicina propriamente dito", disse Ana Costa Freitas, explicando que este projeto não é algo "que se possa fazer assim, sob pressão".

Segundo a reitora, a Administração Regional de Saúde do Alentejo está a fazer a verificação de uma portaria para "a formação do centro académico clínico".

A UÉ já possui uma escola de Saúde, mas vai "iniciar a contratação de alguns médicos" e já tem "um curso previsto" nesta área para enviar para acreditação, indicou ainda Ana Costa Freitas.

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