Fórum para a Competitividade. PIB pode crescer até 5,5%

O 4.º trimestre “inicia-se sob a ameaça da subida dos preços da energia e o final das moratórias, num ambiente de recuperação com algumas limitações”.

“A economia apresentou uma evolução limitada no 3.º trimestre, com confinamentos e recuperação parcial no turismo”. O alerta é dado pelo Fórum para a Competitividade e, face a este cenário, estima que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido entre 2% e 4% em cadeia e entre 3,5% e 5,5% em termos homólogos.

A entidade liderada por Ferraz da Costa lembra que, nesse período, na indústria foram registadas quedas de produção “também potenciadas por outros dois problemas, que marcaram o trimestre: a subida dos preços da energia e os constrangimentos à produção pela escassez de componentes”.

O mesmo se repetiu com o turismo que “prosseguiu a recuperação dual: as dormidas de residentes atingiram um novo máximo histórico em agosto, mas as de não residentes ficaram a pouco mais de metade dos níveis pré-pandemia”.

O Fórum para a Competitividade diz ainda que, em termos externos também houve alguma perda de dinamismo, “partilhando as restrições decorrentes da evolução dos preços da energia e das dificuldades de abastecimento, quer devido à produção de bens intermédios quer ao próprio transporte”. E recorda que, no segundo trimestre, a taxa de poupança tinha caído, de um máximo de 14,2% no trimestre anterior para 11,5%, ainda muito acima dos valores dos últimos anos, entre 6% e 7%. “Isto corresponde a um crescimento do consumo acima do do rendimento, que deverá prosseguir nos próximos trimestres, constituindo um impulso adicional à atividade, mas decrescente ao longo do tempo”.

Noutros países, “também houve alguma perda de dinamismo, partilhando as restrições decorrentes da evolução dos preços da energia e das dificuldades de abastecimento, quer devido à produção de bens intermédios quer ao próprio transporte”.

Incertezas

Os próximos meses, de acordo com a entidade liderada por Ferraz de Costa, não são animadores ao lembrar que o quarto trimestre “inicia-se sob a ameaça subida dos preços da energia e o final das moratórias, num ambiente de recuperação internacional e nacional com algumas limitações”. E acrescenta: “Algumas empresas foram fortemente afetadas pelo preço da energia, mais grave em Portugal, que apresentou, em setembro, o 2.º preço da eletricidade da Europa continental e 15% acima da média”. 

Já em relação à subida do preço da eletricidade, a nível europeu, lembra que cerca de 90% será explicada pela escalada do preço do gás natural e cerca de 10% pelo aumento da cotação das licenças de CO2. “A subida de preço daquele combustível foi de tal ordem, que, quando possível, foi substituído por carvão na geração de energia elétrica, ainda que este exija mais licenças de poluição, uma das razões porque o preço destas subiu cerca de 80% em 2021”.
Também o setor automóvel, de acordo com o documento, enfrenta problemas, “com origem sobretudo na falta de componentes, falando-se no regresso aos layoffs”.