Nadador e pai de 7 filhos é o novo deputado do CDS

Vive em Sintra, junto da Praia das Maçãs, com cães, burros, patos e galinhas. Diz ter muitos filhos por ter ‘esperança no futuro’. Era o nono na lista a Lisboa, colocando um penso na ferida.

Miguel Arrobas será o novo deputado do CDS-PP. Arrobas estava em número nove nas listas do CDS a Lisboa. Diretamente, substituirá Ana Rita Bessa. Contudo, uma série de outros nomes tiveram de sair do caminho para Arrobas entrar no Parlamento: Isabel Galriça Neto, Sebastião Bugalho, Diogo Moura e Orísia Roque.

Miguel Arrobas – que, segundo o atual líder da bancada parlamentar, já aceitou o lugar – é atleta olímpico, nadador de águas abertas, competidor de supermaratonas de nado e atual diretor municipal da Câmara de Cascais. Jurista, de 47 anos, é casado e tem sete filhos. Tantos porque, conforme disse ao Observador em janeiro deste ano, «tem muita esperança no futuro». Em 2017, a Notícias Magazine fazia uma reportagem sobre Miguel e a sua família, relatando que viviam em Sintra, perto da Praia das Maçãs, com uma série de animais: cães, burros, patos e galinhas.

Em 1992, com apenas 17 anos, Arrobas já participava nos Jogos Olímpicos de Barcelona. Em 2008 viria a bater o recorde mundial na travessia do Canal da Mancha e em 2011 tornou-se no primeiro português a terminar a Manhattan Island Swim: uma maratona a nado à volta da ilha de Manhattan. Em 2015 fez a travessia entre as ilhas de São Jorge e do Pico, nos Açores – um percurso com uma extensão de 20 quilómetros. Três anos mais tarde, ainda pelos Açores, o novo deputado do CDS-PP fez a travessia a nado do mar que separa as ilhas do Corvo e das Flores: 4h e 54 minutos a nadar por um fim solidário com as crianças do Bangladesh. Já no último verão, não obstante os 47 anos, Arrobas tornou-se no primeiro ser humano – de que há registos – a completar uma circunferência completa à volta da ilha do Corvo. Arrobas fez o tempo de 4h56m, nadando entre 18 e 19 quilómetros.

Está, por fim, desenrolado o novelo que determinava quem seria o próximo deputado do CDS-PP. Recorde-se que o imbróglio começou quando Ana Rita Bessa – que Miguel substituirá – saiu do Parlamento denunciando a má relação da direção com o grupo parlamentar. «O relacionamento com o grupo parlamentar é, no mínimo, fortuito. Não há trabalho consistente. Não há reuniões, o ambiente é desconexo», dizia ao Expresso. Após o anúncio da saída de Ana Rita Bessa, deu-se, pela mão de Telmo Correia – líder do grupo parlamentar do CDS -, o anúncio da entrada de Bugalho. Contudo, menos de 48h depois, Bugalho acabaria por anunciar que, afinal, não seria deputado, invocando razões de «circunstâncias políticas [do CDS] e profissionais». Pelo meio, Isabel Galriça Neto (sucessora direta de Ana Rita Bessa) rejeitou devido ao facto de ser a mais recente presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Diogo Moura recusou por ter sido eleito para o executivo de Moedas e Orísia Roque, de 87 anos, recusou por não ter interesse em regressar ao Parlamento.