OE 2022. CTP diz que cenário macroeconómico é coerente mas alerta para riscos

“A atual pandemia originou fortes entraves nas cadeias de fornecimento globais e alterações relevantes ao nível da procura, levando a impactos significativos ao nível da oferta e a desequilíbrios no mercado de trabalho que amplificam os riscos deste cenário”.

Para o Conselho das Finanças Públicas (CFP) o cenário macroeconómico da proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), é "globalmente coerente" com as projeções, mas alertou que existem riscos quanto à sua materialização.

"A atual pandemia originou fortes entraves nas cadeias de fornecimento globais e alterações relevantes ao nível da procura, levando a impactos significativos ao nível da oferta e a desequilíbrios no mercado de trabalho que amplificam os riscos deste cenário", referiu.

O CFP notou ainda que os preços das matérias-primas e de outros bens têm aumentado substancialmente nos mercados internacionais, o que, por sua vez, tem limitado mais a "normalização da oferta" e promovido um aumento das pressões inflacionistas.

Para o CFP, este cenário tem ainda um risco associado à execução do PRR, cujo impacto "se encontra refletido na projeção desta instituição para a formação bruta de capital fixo".

Se a execução do PRR for inferior ao esperado, o investimento poderá ser afetado "de forma decisiva" e o crescimento da economia penalizado, acrescentou.

No seu parecer, o CFP adiantou ainda que o cenário subjacente à proposta prevê uma "forte recuperação da economia", ressalvando que os riscos apresentados podem levar a uma recuperação do investimento mais lenta.

Isto poderá acontecer através da "manutenção dos entraves" na oferta ou da "degradação das expectativas da procura por parte da empresas", levando a restrições na evolução do rendimento das famílias e no consumo privado.