Tomada de posse em casa mortuária revolta autarca eleito

“Não consigo entender por que razão se marcou a tomada de posse para a casa mortuária que, segundo sei, ainda nem mobiliário tem”, referiu o autarca.

Sérgio Azevedo, o autarca eleito pelo PS para a União de Freguesias de Silveiros e Rio Corvo, em Barcelos, criticou esta terça-feira a marcação da tomada de posse dos novos órgãos autárquicos para uma casa mortuária, feita pela presidente cessante da Assembleia de Freguesia, Elisabete Rosmaninho Pereira.

"É uma enorme falta de respeito por quem vai tomar posse e, principalmente, pelos cidadãos que vão assistir. A uma casa mortuária vai-se, geralmente, por outros motivos", referiu Sérgio Azevedo.

Em declarações à agência Lusa, o autarca que vai tomar posse, manifestou o seu desagrado, revelando que tentou reverter a decisão, não tendo sido possível.

"Disseram-me que ainda não houve lá qualquer velório e que, além disso, a casa também vai servir para a catequese e que, por isso, não entendem qual o mal de lá decorrer a tomada de posse", disse, estando assim o evento marcado para a casa mortuária de Silveiros, na noite de quinta-feira.

A agência Lusa tentou contactar a responsável pela marcação, porém, não obteve qualquer resposta.

Sérgio Azevedo disse ainda que a casa mortuária ficou pronta "na semana das eleições", tendo sido a última obra da junta cessante.

"Não consigo entender por que razão se marcou a tomada de posse para a casa mortuária, que, segundo sei, ainda nem sequer mobiliário tem. Há na união de freguesias dois edifícios de junta, duas escolas e ainda a sede da Associação de Pais. Não havia mesmo necessidade desta escolha mórbida, que revela também uma enorme falta de bom senso", apontou o autarca eleito.

Uma habitante ouvida pela Lusa considerou que a decisão "volta a colocar Barcelos no anedotário nacional", acrescentando de maneira irónica que, "para ser perfeito, só faltava mesmo que lá colocassem uma urna a sério para colocação dos votos para a assembleia de freguesia".