Gouveia e Melo diz que farmacêuticas querem vacinar bebés

Há três semanas, o vice-almirante já havia dito, numa reunião do Infarmed, que a pressão para a terceira dose generalizada deve-se a interesses comerciais.

"Claro que as farmacêuticas, se fosse possível, vacinavam as pessoas todas com mais uma dose e depois as crianças até aos zero anos. Também já pediram autorização aos reguladores para vacinar até aos zero anos. Mas não são as farmacêuticas que vacinam, são os países com as suas políticas e com as suas autoridades de saúde”, começou por dizer Henrique Gouveia e Melo na Assembleia da República, onde foi ouvido no âmbito do balanço da atividade da `task force´ da vacinação nesta segunda-feira.

Há três semanas, o Nascer do SOL noticiou que o vice-almirante considera que a pressão para uma terceira dose generalizada da vacina está a ser movida por interesses comerciais e não tanto por evidências da sua necessidade. A posição ficou marcada numa reunião do Infarmed, já à porta fechada, depois de os peritos terem recomendado o planeamento do eventual processo de reforço maciço da vacinação. “É preciso pensar por nós e não ir atrás de decisões de outros países sem base científica”, terá dito à época.

“Se quiséssemos vacinar outra vez toda a população com uma terceira dose, tínhamos vacinas suficientes para o fazer, não sendo, eventualmente, necessário”, avançou, asseverando que, quando deixou o cargo de coordenador, a 28 de setembro, estavam ainda disponíveis cerca de 2,5 milhões de vacinas, estando previsto que chegassem no quarto trimestre mais 6,1 milhões de doses, juntando-se àquelas que já foram adquiridas para os primeiros meses de 2022.
No que diz respeito à administração de uma terceira dose a idosos com 65 anos ou mais anos, explicou que nesta faixa etária estão integradas 2,5 milhões de pessoas que estão a ser chamadas para reforçar a imunidade contra o vírus SARS-CoV-2.