Povo indígena pede à rainha dinamarquesa que devolva tambor sagrado confiscado em 1691

O objeto histórico pertencera outrora a Anders Poulsson, um xamã dos Sámi, que foi preso e até encarcerado.

Sámi, um povo indígena da Noruega, pediu esta quarta-feira que um tambor sagrado que tinha sido confiscado pela Dinamarca no ano de 1691, resultado de um julgamento de bruxaria, lhes seja agora devolvido permanentemente. O povo pediu inclusive ajuda à rainha dinamarquesa.

O objeto histórico pertencera outrora a Anders Poulsson, um xamã dos Sámi, que foi preso e até encarcerado. O tambor foi de seguida confiscado e tornou-se parte da coleção de arte da família dinamarquesa, antes de ter sido transferido para o museu nacional da Dinamarca, em 1849.

O problema cresce aqui: desde 1979 que o instrumento indígena é emprestado pela Dinamarca ao museu Sámi em Karasjok (Noruega), por meio de um contrato que expira a 1 de dezembro desde ano, que levará o objeto de volta à Dinamarca. Mas o povo Samí quer o tambor de volta.

Resultado: o Museu Sámi em Karasjok enviou um pedido ao Museu Nacional Dinamarquês no início deste ano para assumir formalmente a propriedade do tambor e o presidente do Parlamento Sámi, Aili Keskitalo, emitiu uma declaração à imprensa norueguesa e dinamarquesa exigindo o regresso do tambor.

“É um objeto cerimonial, sagrado e de alto valor cultural que é utilizado para prever o futuro e entrar em contacto com o mundo espiritual para xamãs Samí ao longo da história”, disse Keskitalo. Não restam muitos tambores desde género, sendo que a maioria esta na Europa – inclusive um que se encontra no meu britânico. “É uma grande questão para nós”, conclui Keskitalo.