Políticas securitárias

Parece que o efeito dissuasor é realmente grande, e que a criminalidade diminui com a existência de câmaras. E se a Direita é realmente mais securitária, imaginemos as medidas que preconiza, provavelmente com menos efeitos.

‘É à direita que a filosofia securitária faz mais escola, com os partidos a defenderem o uso de mais instrumentos de apoio às forças e serviços de segurança’ – afirmou o diário Público, há dias , adiantando: ‘porém, olhando para as datas das autorizações de instalação de sistemas de videovigilância, é com governos socialistas que se regista o boom das câmaras nas ruas’. Segundo o jornal, essencialmente com autorizações dos socialistas, as câmaras de vigilância autorizadas passaram desde 2013 de 38 para cerca de 865 em algumas cidades, das quais estão em funcionamento 200. E só o centrista João Almeida, de um Governo de Passos Coelho, terá autorizado umas quantas, em alguns municípios de Leiria. Isto, fora as das escolas e das discotecas.

Este enorme desenvolvimento terá começado em 2009, no Santuário de Fátima e na Baixa do Porto.

Parece que o efeito dissuasor é realmente grande, e que a criminalidade diminui com a existência de câmaras. E se a Direita é realmente mais securitária, imaginemos as medidas que preconiza, provavelmente com menos efeitos.

Ainda segundo o Público, o deputado socialista José Magalhães, antigo secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, deu o pontapé de saída no uso de sistemas públicos de videovigilância, com o caso do Santuário de Fátima (2008), gerido pela GNR, que foi aprovado, e com diversos processos polémicos com a Protecção de Dados que recusou sistemas na baixa pombalina (2009) e na Amadora (2010), assim como na Ribeira do Porto (que acabou, durante pouco tempo, por ter um sistema gerido pela associação de proprietários de bares). Provavelmente, esta Protecção de Dados está mais preocupada em defender os agressores do que as vítimas, o que também é um estilo.