Crédito à habitação. Juros batem novo mínimo histórico

A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi 0,785% em setembro, revela o INE. É a 13.ª descida consecutiva.

Setembro marcou o 13.º mês consecutivo em que a taxa de juro implícita no crédito à habitação voltou a descer, voltando a bater um novo mínimo histórico. Os dados foram avançados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que revela que a taxa de juro implícita no crédito à habitação desceu para 0,785%, valor inferior em 0,7 pontos base (p.b.) ao registado no mês anterior. Já nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro foi 0,702% (0,689% no período precedente).

Segundo o gabinete de estatística, para o destino de financiamento Aquisição de Habitação – aquele que é o mais relevante no conjunto do crédito à habitação – a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 0,800% (-0,7 p.b. face a agosto). Para os contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro aumentou 1,8 p.b. face ao mês anterior, fixando-se em 0,697%. 

No que diz respeito à prestação, considerando a totalidade dos contratos, o valor médio cresceu um euro para os 237 euros. Deste valor, 37 euros (16%) correspondem a pagamento de juros e 199 euros (84%) a capital amortizado. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu sete euros, para os 311 euros.

No mês em análise, o INE revela que o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 219 euros face ao mês anterior, fixando-se em 57334 euros.

Oferta desceu 7% A verdade é que a venda de casas nos últimos meses aumentou, o que contribuiu para a existência de uma redução de stock de habitação disponível nas capitais de distrito portuguesas na ordem dos 7% em apenas um ano, de acordo com um estudo publicado pelo idealista, o marketplace imobiliário do sul da Europa. Feitas as contas, a oferta passou de 58570 casas à venda, em setembro do ano passado, para 54804 no mesmo mês deste ano, “o que poderá fazer prever uma subida nos preços das casas no médio prazo”, alerta o idealista.

Analisando as capitais de distrito, a plataforma diz não existir “um padrão homogéneo”, uma vez que “em cinco delas o stock de casas à venda apresentou uma subida”. Assim, o maior aumento da oferta aconteceu em Vila Real, onde os compradores têm, agora, mais 87% de casas disponíveis no mercado do que em setembro do ano passado. Seguem-se Coimbra (38%), Guarda (12%) e Castelo Branco (9%). Por último, o Funchal apresentou uma subida de stock de casas para vender de 6%.

Por outro lado, as maiores descidas da oferta de casas – e consequentemente, onde poderá aumentar a tensão nos preços – foram registadas em Évora e em Setúbal, já que o stock das casas para vender desceu na ordem dos 30% e 29%, respetivamente.

Estes dados imobiliários juntam-se aos da JLL que no seu mais recente estudo revelou que a procura de casa está em máximos históricos. Aliás, a JLL alerta para isso mesmo: a procura continua a aumentar no país mas, por seu turno, a oferta não a consegue compensar.