Crimes de violência com uso de armas branca ou de força estão a aumentar em Portugal, diz diretor da PSP

Magina da Silva indica que “o volume da criminalidade não será superior aos anos pré-pandemia”, no entanto, nota-se uma maior intensidade nos crimes de violência com recurso a armas brancas ou a força física. Já em relação à proposta do Governo de implementar as ‘bodycams’ e os sistemas de videovigilância nas ruas, o diretor da PSP…

Crimes de violência com uso de armas branca ou de força estão a aumentar em Portugal, diz diretor da PSP

Crimes de violência com uso de armas brancas ou da força estão a crescer em Portugal, afirmou o diretor nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), esta segunda-feira. 

Segundo Magina da Silva, em declarações à agência Lusa, os números da criminalidade violenta e grave "não parecem, na sua perspetiva global, estarem a subir" face aos números anteriores da pandemia, porém "a intensidade da violência usada para cometer os crimes violentos e graves tem aumentado", disse o diretor da PSP no final da tomada de posse dos novos comandantes dos comandos distritais da PSP de Leiria, Santarém e Setúbal, numa cerimónia que decorreu na direção nacional da Polícia de Segurança Pública.

"O volume da criminalidade não será superior aos anos pré-pandemia, mas sentimos que por parte de quem comete os crimes associados à criminalidade violenta e grave os comete com uma intensidade de violência que nos parece ser mais intensa do que anos anteriores", detalhou o diretor da PSP, ao indicar que é cada vez mais "recorrente" o uso de armas brancas e de alguma força quando não são usadas armas, tendo ainda assim esta violência "capacidade para ferir gravemente". 

Atualmente, os níveis de criminalidade, tal como de sinistralidade rodovirária, foram "naturalmente subindo" com o desconfinamento, chegando a patamares semelhantes aos registados antes da pandemia. 

Assim sendo, a PSP reforçou o policiamento nos locais onde por norma mais pessoas se concentram e onde podem acontecer mais crimes, realçou Magina da Silva. Contudo, o diretor frisou que "não é possível ter a PSP a toda a hora, em todo o lado e em todas as esquinas".

Para colmatar esta ausência, a proposta do Governo parece solucionar este problema, uma vez que Magina da Silva deposita "muita confiança" na nova medida de utilização de sistemas de videovigilância pelas forças e serviços, realçando que não apenas o uso de 'bodycams' pelos agentes, mas também o incremento das câmaras de vigilância são ferramentas muito úteis para o trabalho das forças de segurança, como forma de "reação em tempo real que as polícias podem ter para ocorrências em curso ou em pré-curso para rapidamente se conseguir detetá-las e ativar os meios necessários para prevenir ou evitar que escalem".

Com a falta de recursos humanos, o diretor da PSP disse que "não podemos ter um polícia em cada esquina, mas podemos ter um polícia a olhar para várias câmaras que estão em várias esquinas, multiplicando a capacidade das forças e serviços de segurança", evidenciando que "qualquer cidadão pode filmar tudo com o seu telemóvel", mas "os polícias não podem".

A proposta do Governo – que ainda está em discussão na Assembleia da República – consiste em regular a utilização de sistemas de vigilância por câmaras de vídeo pelas forças e serviços de segurança, prevendo o alargamento do uso destas tecnologias pelas polícias, ao permitir o uso das 'bodycams' pelos elementos da PSP e da GNR, 'drones' e várias câmaras de vídeo no apoio à atividade policial e no controlo de tráfego na circulação rodoviária, marítima e fluvial, circulação de pessoas nas fronteiras e em operações de busca e salvamento.

O sistema de videovigilância será implementado nas ruas de Lisboa e também do Porto. De acordo com o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, daqui a seis meses, será montado este sistema, afirmou esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas, no final da reunião do executivo na qual foi aprovado, com o voto contra da CDU e do Bloco de Esquerda (BE), o protocolo a celebrar com a PSP para implementação da videovigilância na Baixa do Porto.