Gás. Possível aquisição conjunta é “positiva”

Esta é a opinião portuguesa à recomendação da Comissão Europeia.

A recomendação da Comissão Europeia (CE) de que os Estados-membros deveriam apostar numa aquisição conjunta voluntária de reservas de gás, em altura de crise energética, é vista como “positiva” por Portugal. A garantia foi dada por Pedro Lourtie, representante permanente adjunto de Portugal junto da União Europeia: “Vemos como positiva a proposta de promover compras agregadas de gás natural, que é uma proposta que consideramos que merece ser estudada e é positiva”, disse.

E acrescentou: “A aposta nas soluções de armazenamento de energia é fundamental para permitir aumentar a segurança e flexibilidade do sistema energético”.

Os ministros da Energia da UE reuniram-se esta terça-feira para coordenar as medidas nacionais de mitigação e de apoio em altura de escalada de preços da luz e do gás. A Comissão Europeia anunciou ainda ter solicitado à Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia (ACER) para reavaliar o mercado da eletricidade na União Europeia (UE), dada a volatilidade dos preços, esperando os primeiros resultados em meados de novembro.

“Estou convencida de que este sistema continua a ser o melhor para proporcionar uma energia limpa, segura e acessível e ouvimos hoje muitos ministros a dizer que não nos devemos apressar a adotar decisões precipitadas, mas não podemos ignorar a volatilidade dos preços […] e temos de analisar o que pode ser feito para mitigar estes riscos no futuro”, declarou a comissária europeia da Energia, Kadri Simson.

Este anúncio acontece depois de, na véspera da reunião, nove países europeus – Áustria, Alemanha, Luxemburgo, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Irlanda, Letónia e Holanda – terem divulgado uma declaração conjunta contra os apelos para uma reforma do mercado de eletricidade da UE e do regulamento sobre comércio de emissões. Bélgica e Suécia juntaram-se depois.

Antes, Espanha tinha também levado a cabo outro documento onde questionou o funcionamento do mercado de eletricidade da UE, voltando a insistir numa reforma: “Cada aumento de um euro por MWh [megawatt/hora] no preço do gás natural representa 2,7 mil milhões de euros por ano em custos adicionais de eletricidade, […] desviando recursos da transição energética e da recuperação económica e a cada dia que passa piora”.

Já Portugal preferiu manter uma posição neutra e fica a aguardar a avaliação do regulador europeu.

Para o mercado do gás, Bruxelas vai, em dezembro, apresentar “um pacote legislativo abrangente concebido para descarbonizar o mercado de gás e estabelecer um mercado para o hidrogénio”.