OE 2022. PS fala em irresponsabilidade e diz que terá “graves consequências”

BE garante que está disponível para “compromissos razoáveis que sejam soluções estáveis”, enquanto PCP pede uma “resposta global”. 

O secretário-geral adjunto do PS  avisou que um eventual chumbo logo na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022 será uma irresponsabilidade política, com graves consequências para o país.

"O voto contra é uma irresponsabilidade porque tem graves consequências. Como lembrou a Associação Nacional dos Municípios Portugueses, dificulta a execução dos fundos europeus fragilizando as condições de recuperação económica e social; dificulta o combate ao trabalho precário; debilita os instrumentos de combate à pobreza e às desigualdades; e faz perder a oportunidade de realizar uma ampla redução da carga fiscal para as classes médias, para as famílias com filhos e para os jovens no início da sua atividade profissional", avisou José Luís Carneiro. 

Na perspetiva de José Luís Carneiro, o Governo e o primeiro-ministro, António Costa, "têm mostrado uma irrepreensível cultura de humildade democrática, diálogo e abertura".

"Por isso mesmo, foi possível ir além da proposta de Orçamento. Alargou e densificou matérias de uma renovada agenda política, como a criação do estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS); a Agenda para o Trabalho Digno e a criação do Estatuto para os Profissionais da Cultura", apontou.

A proposta de Orçamento, de acordo com o "número dois" da direção do PS, "vai muito mais longe que as anteriores".

BE disponível para "compromissos razoáveis que sejam soluções estáveis"

O BE garantiu que é na negociação orçamental que o Governo "cria condições para o apoio parlamentar que pretende", reiterando a disponibilidade para um orçamento com "compromissos razoáveis que sejam soluções estáveis", das quais não abdica.

"Estamos disponíveis para viabilizar um orçamento que integre compromissos razoáveis que sejam soluções estáveis, mas não nos peçam que abdiquemos dessas soluções", alertou Mariana Mortágua.

No entanto deixou um alerta: "Não nos peçam que vivamos bem com a eternização da troika nos salários e nas pensões. Não nos peçam que deixemos para outro momento este debates porque sabemos bem que em todos os outros debates, sobretudo na discussão laboral, quase sempre o PS votou com a direita ou arrastou processos sem soluções", elencou.

Segundo Mariana Mortágua, "é na negociação anual do voto do orçamento que o Governo cria as condições para o apoio parlamentar que pretende".

PCP insiste em "resposta global"

Também o PCP insistiu que o Governo recusa uma "resposta global aos problemas nacionais", enquanto o PS apontou para "milhões de eleitores de todos os partidos de esquerda" que se "entusiasmaram" com a atual solução política.

"A recusa pelo Governo das várias soluções apresentadas pelo PCP que permitiriam dar resposta urgente a questões imediatas e apontar sinais de um caminho diferente na solução dos problemas nacionais, a recusa pelo Governo dessas soluções que se inserem na resposta global de que o país necessita é o verdadeiro problema neste debate da proposta de Orçamento do Estado", disse o deputado comunista.