Ex-autarca de Arroios diz que buscas da PJ são “uma campanha feita para aniquilar qualquer pessoa”

A socialista adiantou que a pessoa responsável pela “campanha” contra si é alguém que foi afastado da autarquia, sustentando que as buscas surgiram na sequência de uma denúncia anónima, em 2018, “feita praticamente em simultâneo com o afastamento de um assessor, duas trabalhadoras por si indicadas e membros do executivo”.

A ex-presidente da Junta de Freguesia de Arroios, em Lisboa, que, na quarta-feira, foi constituída arguida após as buscas da Polícia Judiciária (PJ) nas instalações da autarquia e na sua residência, afirmou, esta quinta-feira, que está “completamente tranquila” porque “não roubou nada”, nem “tirou nada a ninguém” e considera que o processo é uma campanha política “para aniquilar qualquer pessoa”.

"Nada é mera coincidência, isto é uma campanha feita para aniquilar qualquer pessoa, uma campanha política, não é só da oposição, são pessoas também, às vezes, do nosso partido", afirmou Margarida Martins à agência Lusa.

A socialista adiantou que a pessoa responsável pela “campanha” contra si é alguém que foi afastado da autarquia, sustentando que as buscas surgiram na sequência de uma denúncia anónima, em 2018, "feita praticamente em simultâneo com o afastamento de um assessor, duas trabalhadoras por si indicadas e membros do executivo".

Margarida Martins confirmou à agência de notícias que os elementos da PJ “estiveram a ver tudo" em sua casa. "O que queriam ver, levaram os telemóveis e os discos rígidos, os discos externos onde eu tenho fotografias, foi isso que levaram”.

Sobre o facto de ter sido constituída arguida no processo, a ex-presidente da Junta de Freguesia de Arroios diz estar “completamente tranquila”. “Estou tranquila com a minha cabeça, porque eu vivo do meu ordenado, não vivo de mais nada”, afirmou, sublinhando: "não roubei nada a ninguém, não tirei nada a ninguém".

"Tenho consciência que fiz um excelente trabalho em Arroios, tenho consciência disso, Arroios não era nada, passou a ser, tenho consciência que fiz um excelente trabalho", considerou.

O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, revelou que a PJ, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, procedeu à execução de "dez mandados de busca, sendo três domiciliárias, e sete não domiciliárias, e realizou uma busca autorizada, visando a recolha de documentação relacionada com suspeitas de práticas criminosas, sob investigação".

"No inquérito investigam-se factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes cometidos no exercício de funções públicas, na Junta de Freguesia de Arroios, nomeadamente peculato, peculato de uso e participação económica em negócio", acrescenta.

Margarida Martins foi presidente da Junta de Freguesia desde 2013 até ter perdido nas últimas eleições autárquicas, contra a coligação “Novos Tempos”, liderada por Madalena Natividade.

{relacionados}