Não há extremismos nem fundamentalismo do ‘bem’

Por João Maurício Brás A escritora Margaret Atwood, uma das mais poderosas vozes da defesa do feminismo, é acusada de ser transfóbica por ter feito um retuite de alguém que constatava o óbvio. A palavra mulher será em breve proibida como discriminatória, pois será ofensiva para as não mulheres com útero e vagina.  Nem todo…

Por João Maurício Brás

A escritora Margaret Atwood, uma das mais poderosas vozes da defesa do feminismo, é acusada de ser transfóbica por ter feito um retuite de alguém que constatava o óbvio. A palavra mulher será em breve proibida como discriminatória, pois será ofensiva para as não mulheres com útero e vagina. 

Nem todo o ativismo, por o ser, é bom. Um certo ativismo trans e lgbtista com as suas visões totalitárias, o seu fundamentalismo e extremismo, querem proibir e ‘exterminar’ tudo o que não partilha das suas visões monomaníacas do mundo. Não são menos perigosos que o extremismo de direita.

Alterar a linguagem, proibir palavras, inventar outras, como os ‘machismos tóxicos’, os ‘cis’, em outras latitudes como os ‘racismos estruturais’ é uma amostra desse delírio. 

Silenciar, deformar, vigiar, punir é a sua luta.

Atwood expôs o uso da clonesca linguagem neutra. A guerra à lucidez e ao bom senso é tenebrosa. Em Portugal já foi aprovada legislação sobre o uso da linguagem neutra, pelo PS e PSD, e outros suspeitos do costume. Os políticos e os jornalistas que têm alimentado e protegido este totalitarismo são cúmplices, uns por medo, outros por omissão, outros por interesse. 

Estes ativismos confundem a estrada da beira com a beira da estrada. Uma coisa é a igual dignidade das pessoas seja qual for o sexo, a orientação sexual, a cor ou a religião, outra coisa são visões extremistas do mundo. O homem ser masculino, a mulher coincidir com o feminino, a família, os filhos, etc., não são invenções fascistas, a biologia conta, tal como a cultura. Nem tudo é construção social ou queerização ou colonialismo.

Até quando temos que ter medo desses ativismos que nos intima a odiar-nos? Até quando esse ativismo tribal tem direito a impor leis específicas, entrar nas escolas e impor uma visão do mundo? Como alcançaram esse poder? 

Um certo tipo de ativismo trans e LGBT, não todo, como os pós-colonialismos, inventam histórias falaciosas que não existem, palavras irreais, mundos alternativos que são experimentos contra a realidade e impõem-nos como uma norma que questionada se transforma em crime hediondo.

O combate contra a discriminação e o respeito absoluto pelo que cada pessoa é são fundamentais, mas não podemos deixar que essas ideias enlouqueçam e cometam os mesmos erros que dizem combater. No presente, muitos ativismos são os piores inimigos das causas que dizem defender. 

Todos os movimentos maniqueístas, extremistas e fundamentalismos são perigosos. Perseguições, silenciamentos, extermínios são práticas típicas destes salvadores. E estes são movidos por ressentimento, ódio a si mesmos e vitimismo. 

As sociedades precisam de noções fortes de bem comum, de dignidade da pessoa e decência, de democracia efetiva e não de promover seitas de perigosos delirantes. 

As suas doutrinas sinistras vêm das universidades americanas e uma mistura de puritanismo, desconstrucionismo e relativismo instalaram-se por cá nas universidades, nos partidos extremistas, nos média e tomaram alas dos partidos do sistema. Não podemos ser cúmplices nem subsidiar isto. 

Não há mundo trans, nem LGBT, nem branco ou preto, há mundo humano. O mundo onde o humor não é silenciado por pensamento ditatorial, onde há liberdade de expressão, pensamento crítico e responsabilidade. O mau ativismo tem de ser parado. O mundo precisa de lucidez e humanidade e não de loucura e medo.