Covid-19. Projeções apontam para a necessidade de 400 a 500 camas este mês

Projeções apontam para a necessidade de 400 a 500 camas para doentes covid-19 ao longo deste mês, podendo chegar às 1600 em janeiro.

O número de doentes internados com covid-19 deu o maior salto desde setembro na última semana mas a pressão nos hospitais devido ao Sars-Cov-2 continua muito abaixo do que se registava no ano passado por esta altura. Esta segunda-feira estavam internados nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde 372 doentes com covid-19, 59 em cuidados intensivos. Há um ano, o mês de novembro arrancou já com 2255 doentes com covid-19 hospitalizados no país, 294 em cuidados intensivos. O segundo estado de emergência seria decretado a 6 de novembro e no final do mês o número de doentes hospitalizados tinha subido para 3342, com 525 doentes em UCI. No momento mais agudo da epidemia, entre fins de janeiro e início de fevereiro, chegaram a estar internados nos hospitais perto de 7 mil doentes com covid-19, 900 em UCI.

Um cenário para o qual não apontam agora as projeções. A última publicação do Instituto de Métricas em Saúde da Universidade de Washington afasta uma vaga como a do inverno passado no hemisfério Norte, alertando no entanto que a pressão dos hospitais virá sobretudo da epidemia de gripe e que não é expectável um inverno fácil nos hospitais. No caso da covid-19, IHME prevê que o Portugal enfrente um período de pressão moderada nos serviços de saúde em que poderão ser necessárias 400 a 500 camas para doentes com covid-19 este mês, até 850 em dezembro e até 1600 longo de janeiro. O instituto estima ainda que a mortalidade por covid-19 se mantenha abaixo do que se verificou no ano passado. No cenário que consideram mais provável, admitem que o país possa chegar ao início de fevereiro com um total acumulado de 19 mil mortes associadas à covid-19, mais 800 do que as 18 171 reportadas até esta segunda-feira. Num pior cenário, de menor utilização de máscara, maior decaimento da imunidade e maior circulação sem restrições, admitem que o país pode chegar a um balanço de 24 mil mortes diretamente associadas à covid-19.

Na semana passada, a ministra da Saúde apontou que o país pudesse chegar esta semana a uma média de 1300 casos diários de covid-19 mas parece estar a verificar-se um abrandamento dos novos casos. Na penúltima semana de outubro, os diagnósticos tinham aumentado 20%, mas na última semana a subida já foi apenas de 6%. Ainda assim, os dados da Direção Geral da Saúde desagregados por idade, que o i analisou, mostram que continuam a aumentar os diagnósticos na população mais velha. Os jovens e adultos em idade ativa continuam a representar a maioria dos casos mas na semana passada os diagnósticos em idosos com mais de 80 anos voltaram a registar uma subida de 20%, com 404 novos casos nesta faixa etária, onde se têm verificado desde o início da pandemia a maioria das mortes. 

Outubro com um terço dos casos do ano passado Outubro terminou com um balanço de 21 167 novos casos de covid-19, um terço dos que foram diagnosticados em outubro do ano passado. Segundo os dados disponibilizados pela DGS, houve 183 vítimas mortais quando em outubro de 2020 morreram com covid-19 em Portugal 567 pessoas. Os óbitos diminuíram no último mês face a setembro, depois de um verão em que, mesmo com vacina, morreram mais pessoas com covid-19 do que no verão de 2020.

Desde o início do ano, os meses de janeiro e fevereiro foram de longe os que registaram o maior número de casos de covid-19 e de mortes mas o país não regressou ainda aos números que chegou a alcançar em maio e junho deste ano, quando se registaram menos de 100 mortes por covid-19 por mês. À luz do que tem sido publicado, foram os meses de maior proteção vacinal dos mais idosos, agora a receber o reforço da terceira dose da vacina em paralelo com a vacina da gripe.