BdP contribui “para a estabilidade económica e financeira de Portugal”

Mário Centeno garante que a “supervisão é hoje mais proactiva, mais abrangente, mais harmonizada, mais conclusiva, mais prospetiva” e afirma que “a importância deste enquadramento foi evidente na reação ao surto pandémico”.

“Em múltiplas situações, difíceis, que o país enfrentou, o Banco de Portugal soube ser, sempre, um pilar de resiliência para a sociedade portuguesa, contribuindo para a estabilidade económica e financeira de Portugal”. A garantia foi dada pelo Governador do Banco de Portugal (BdP) na cerimónia dos 175 anos do órgão regulador.

Mário Centeno acrescentou: "Nas crises devemos explicar, informar e contribuir para as soluções. Em momentos onde tudo parece estar bem devemos identificar os desafios e deixar os alertas necessários à estabilidade financeira", acrescentou o antigo ministro das Finanças. "Se alguma coisa a história do Banco de Portugal nos ensina é que a estabilidade económica e financeira é o resultado do complexo funcionamento dos nossos sistemas económicos, sociais e até políticos e culturais. Sendo um desígnio coletivo, é uma responsabilidade acrescida para o Banco de Portugal".

E para o governador não há dúvidas: “Se alguma coisa a história do Banco de Portugal nos ensina é que a estabilidade económica e financeira é o resultado do complexo funcionamento dos nossos sistemas económicos, sociais e até políticos e culturais. Sendo um desígnio coletivo, é uma responsabilidade acrescida para o Banco de Portugal”.

Supervisão mais forte

No seu discurso, Mário Centeno garante que a “supervisão é hoje mais proactiva, mais abrangente, mais harmonizada, mais conclusiva, mais prospetiva”, acrescentando que “ao trabalharmos para garantir a estabilidade financeira, focamo-nos na segurança e solidez do sistema bancário. A estabilidade é um ativo quer para os consumidores de produtos bancários, quer para as entidades que operam no mercado e compreende, como não podia deixar de ser, o sistema de pagamentos”.

E recorda que, na última década foram adotadas medidas pelos legisladores, reguladores e supervisores que permitiram aumentar a resiliência do sistema. “A importância deste enquadramento foi evidente na reação ao surto pandémico”, salienta.

Reforço da confiança no euro

De acordo com o ex-ministro das Finanças, a prosperidade dos países depende de uma moeda única estável, merecedora da confiança dos cidadãos e, como tal, “essa confiança tem de ser salvaguardada e promovida no dia-a-dia pelos nossos bancos centrais”, daí o Banco de Portugal ter definido no Plano Estratégico para 2021-2025 como prioridade o reforço da confiança no euro.

“Este reforço só poderá concretizar-se se os bancos centrais tiverem presente a importância de cultivarem uma relação próxima com os cidadãos, demonstrando-lhes porque é que os objetivos que perseguem, de estabilidade de preços e de estabilidade financeira, são fundamentais para o seu dia-a-dia. ‘Promover a proximidade e reforçar a confiança’ é, por isso, o mote do novo Plano Estratégico do Banco de Portugal”, acrescenta.

A nova estratégia assenta ainda num binómio essencial para a tomada de decisão: bons dados; boa análise. “Esta é também a tradição do Banco de Portugal, que queremos reforçar nos próximos anos”, acrescentando que “até 2025, é objetivo do Banco de Portugal contribuir para uma economia portuguesa recuperada, resiliente e convergente na Europa, no médio e longo prazo. Vamos fazê-lo através de uma análise económica oportuna e de qualidade e através de um aconselhamento fundamentado sobre o desenho de políticas públicas”.