EUA. Biden não reúne consenso um ano depois das eleições presidenciais

Segundo as sondagens, Joe Biden é dos Presidentes dos Estados Unidos com uma das mais altas taxas de desaprovação.

Um ano depois do atual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu antecessor, Donald Trump, se terem defrontado nas urnas eleitorais, um processo que começou no dia 3 de novembro e só viria a ser concluído no dia 7 de novembro, analistas afirmam que o chefe de Estado continua a liderar os “Estados Divididos da América”, onde continua ainda a pairar a sombra do ex-Presidente.

Apesar de na altura em que foi eleito para o cargo Biden ter uma taxa de aprovação de 53%, esta desceu para 44%, segundo uma sondagem conduzida pela Reuters, publicada no final de outubro, enquanto a taxa de desaprovação está nos 51%.

Esta taxa de desaprovação é “historicamente alta”, descreve a revista de negócios norte-americana Fortune, que comparou a impopularidade do Presidente Biden com a dos seus antecessores, um ano depois de terem chegado ao cargo, nomeadamente Jimmy Carter (30.1%), Ronald Reagan (35.3%), George H.W. Bush (22.9%), Bill Clinton (44.2%), George W. Bush (9.1%), Barack Obama (41.7%) e o único que conseguiu ter uma taxa de desaprovação superior ao atual Presidente foi Donald Trump (56.7%).

Biden conseguiu manter um nível sólido de popularidade no início do seu mandato, com uma gestão que facilitou o processo de vacinação contra a covid-19 e ao aprovar um pacote de estímulos financeiros de cerca de 1,9 biliões de dólares (cerca de 1,59 biliões de euros) para revitalizar a economia. 

No entanto, esta popularidade rapidamente desceu, especialmente durante o verão, quando, em agosto, devido à decisão da Administração de Biden de retirar as tropas americanas do Afeganistão, conduziu o país asiático ao caos, tendo os talibãs assumido o controlo do Governo, enquanto, ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, a variante Delta fez os casos e as mortes por covid-19 disparararem, enquanto os problemas com as cadeias de abastecimento pioraram, gerando uma subida no preço de bens domésticos.

A Fortune tentou prever o que se irá passar no futuro, contudo, escreve que, historicamente, apesar de ser normal a taxa de aprovação de um Presidente baixar no primeiro ano no cargo, nos últimos anos, estes resultados têm sido imprevisíveis. “No caso de Bill Clinton, a sua popularidade subiu um pouco no ano seguinte, mas a popularidade de G.W. Bush diminuiu após os acontecimentos do 11 de setembro. Já Trump não se encontra em nenhum dos dois campos, com a sua popularidade a estagnar após o primeiro ano”, escreve a Fortune.

A vitória que abalou Biden Uma das bandeiras da campanha para eleger Biden como Presidente foi fazer mais pela luta contra as alterações climáticas e a aprovação de fundos para ajudar a reconstruir a economia americana, impactada pelos efeitos da covid-19, no entanto Biden está a ter dificuldade em concretizar essas promessas.
Uma vitória que pode representar um revés para Biden e a sua Administração foi a conquista por parte dos republicanos do governo do estado da Virgínia. Este combate nas urnas, vencido pelo republicano Glenn Youngkin, era visto como um referendo para a presidência de Biden, escreve o Guardian, que apoiou Terry McAuliffe, juntamente com Barack Obama.
Entretanto, na Nova Jérsia, onde Biden derrotou Trump por 16 pontos nas presidenciais, o candidato democrata Phil Murphy (49,5%), disputa com o seu adversário republicano Jack Ciattarelli (49,6%) a liderança deste estado, onde as sondagens previam uma vitória confortável dos democratas.