Polícia francês atacado por homem que “agiu em nome do profeta”

Um policia francês foi atacado por um extremista islâmico e as autoridades tentam determinar as causas do ataque.

Um polícia francês foi atacado à frente da sua esquadra, em Cannes, esta segunda-feira, por um homem que empunhava “uma arma branca” e que afirmou ter agido “em nome do profeta”, numa altura em que o Presidente Emmanuel Macron tenta persuadir os eleitores do país que está a controlar os problemas de segurança do país.

Um dos agentes, que se encontrava no interior de um veículo de serviço, foi “salvo porque usava um colete anti bala”, afirmaram fontes da polícia de Cannes.

O atacante ainda tentou ferir um segundo agente da polícia, no entanto, foi baleado por um terceiro agente, que o deixou em estado grave.

“As ‘pistas’ terroristas estão a ser consideradas”, disse o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, através de uma mensagem, acrescentando que, entretanto, “o agressor foi neutralizado”.

O suspeito é natural da Argélia, possui uma licença de residência italiana e nasceu em 1984, afirmam meios de comunicação franceses, que acrescentam que a sua existência era “desconhecida” para as autoridades de França.

O atacante foi gravemente ferido por outro agente da polícia que deixou o suspeito em “condições sérias” de saúde, escreve o France 24.

“Podemos dizer com alívio que, apesar de existir graves danos psicológicos, nenhum agente da polícia foi ferido”, disse o ministro do Interior.

Nos últimos anos, os polícias franceses tem sido alvos de ataques de extremistas islâmicos, algo que levou a que fossem feitos diversos pedidos para existir, não só, uma maior proteção dos agentes da autoridade, mas também para serem aplicadas penas de prisão mais duras aos atacantes.

No dia 23 de abril, uma assistente administrativa da polícia foi assassinada por um atacante – um tunisino de 36 anos que acabou por ser baleado pelas forças de segurança – que a esfaqueou à entrada da estação de polícia, em Rambouillet, nos subúrbios de Paris.

Em outubro de 2019, três agentes e um trabalhador de esquadra da polícia em Paris foram esfaqueados até à morte no seu local de trabalho por um membro radicalizado pelo Estado Islâmico.

Os mais recentes ataques em Cannes acontecem sob o signo das eleições presidenciais francesas de 2022, onde uma das principais preocupações da população são a prevenção de crimes violentos e do terrorismo.

Macron está a tentar mostrar aos franceses que a França ainda é um país seguro, seis meses antes das eleições presidenciais, onde a extrema-direita e a fação conservadora são uma das maiores ameaças para a sua reeleição.

Éric Ciotti, um dos seis candidatos do Les Républicains às primárias presidenciais do partido, que tenta “roubar” o lugar de Macron no centro-direita da política francesa, acusou o incidente de se tratar de um “ataque terrorista”, apesar das autoridades ainda não o terem classificado de tal forma, escreve a Reuters.

O ataque coincide ainda com o julgamento de Salah Abdeslam, o único membro sobrevivente da célula do Estado Islâmico que levou a cabo os ataques com armas e bombas a bares, restaurantes, a sala de espetáculos Bataclan, durante o concerto do grupo Eagles of Death Metal, e o estádio Stade de France a 13 de novembro de 2015, que matou 130 pessoas.