Chega quer informações do ministro da Defesa sobre tráfico de diamantes e droga por militares portugueses

André Ventura quer saber se o ministro da Defesa avisou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre as suspeitas e, “se sim, quando”. Caso a resposta seja negativa, quer saber se “não o foi por omissão ou por normal decorrer dos trâmites normais nestas situações, ainda que o senhor Presidente da República seja…

O líder e deputado único do Chega, André Ventura, pediu, esta terça-feira, esclarecimentos sobre o tráfico de droga e diamantes por militares portugueses em missões humanitárias das Nações Unidas (ONU) na República Centro Africana e questionou o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, se tinha informado o Presidente da República a cerca das suspeitas de que havia sido avisado em 2019.

Numa pergunta, através do Parlamento, André Ventura dirigiu-se ao ministro da Defesa referindo as notícias “que dão conta de uma investigação sobre tráfico de droga e diamantes, sendo alguns dos suspeitos envolvidos militares portugueses”, sob suspeita de terem "utilizado as missões portuguesas na República Centro-Africana, ao abrigo da ONU, para praticar os crimes em causa".

"Não fosse já toda esta situação demasiado grave, acresce que nas últimas horas, piorando ainda mais todo este cenário, surgiram informações pouco esclarecedoras sobre o conhecimento ou desconhecimento da investigação em curso por parte das mais altas patentes militares nacionais, bem como de alguns representantes políticos", rematou.

Assim, o deputado quer saber se o ministro da Defesa avisou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre as suspeitas e, “se sim, quando”. Caso a resposta seja negativa, quer saber se "não o foi por omissão ou por normal decorrer dos trâmites normais nestas situações, ainda que o senhor Presidente da República seja o Comandante Supremo das Forças Armadas, visadas na investigação".

De sublinhar que João Gomes Cravinho afirmou, na sequência da detenção de 10 pessoas no âmbito da ‘Operação Miríade’, que tinha informado a ONU em 2020 das suspeitas de tráfico que recaíam sobre alguns militares portugueses.

Já Marcelo disse que não tinha conhecimento da megaoperação da Polícia Judiciária, mas sublinhou que a "excelência" das Forças Armadas não está em causa e que a abertura da investigação interna só as "prestigia".

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