Em 2020 morreram mais 2800 pessoas em casa

Mortalidade volta a bater recordes este ano mas há menos óbitos no domicílio.

O aumento das mortes em casa em 2020, que no caso dos idosos podem ser os lares, está patente nos únicos dados disponíveis até ao momento sobre a mortalidade em Portugal no último ano. A informação disponível no sistema de vigilância de mortalidade EVM, que não apresenta causas de morte mas acompanha a mortalidade em tempo real a partir dos certificados de óbitos que desde 2014 são emitidos eletronicamente no país, mostra que em 2020 morreram em Portugal 123 772 pessoas, mais 11 407 mortes do que em 2019. Foram registadas 30 503 mortes no domicílio, mais 2831 do que no ano anterior. Em instituições de saúde foram registados 75 mil óbitos, mais 5200 do que em 2019. Aumentaram também as mortes noutros locais não discriminados, de 14327 para 17714 em 2020.

A plataforma, que o i consultou, revela que este ano até ao final de outubro morreram em Portugal 103 330 pessoas, mais 4 mil do que no mesmo período de 2020, num ano que poderá voltar a bater recordes de mortalidade, muito marcado pelos períodos de excesso de mortalidade no início do ano, a que se seguiram meses abaixo até da mortalidade noutros anos. Um dado que é para já possível retirar do sistema é que se registam menos mortes no domicílio nestes dez meses do que no mesmo período do ano passado, verificando-se o aumento da mortalidade sobretudo nos hospitais, o que pode reforçar a tese de menor procura e acesso a cuidados de saúde nos primeiros meses de 2020. As idas às urgências regressaram nas últimas semanas aos níveis pré-pandemia, quando no início da pandemia em 2020 chegaram a cair para menos de metade. Até ao final de outubro morreram 22 mil pessoas em casa, menos 2616 que nos primeiros dez meses de 2020 e um balanço em linha com 2019.