UE não estava à espera que Portugal entrasse numa crise política neste momento, diz António Costa

Sendo Portugal um dos países que está a recuperar mais rapidamente da crise que se instalou com a pandemia de covid-19 e com uma das maiores percentagens de vacinados contra o vírus, o primeiro-ministro disse que os países da comunidade europeia ficaram surpreendidos com o chumbo do Orçamento do Estado para 2022. 

UE não estava à espera que Portugal entrasse numa crise política neste momento, diz António Costa

O primeiro-ministro disse que Portugal surpreendeu a União Europeia quando a maioria do parlamento chumbou o Orçamento do Estado para 2022, num momento em que o país está a recuperar a um ritmo acelerado da crise proveniente da pandemia de covid-19, tendo uma das maiores percentagens de vacinados contra o vírus. E ainda rejeita a ideia de que as eleições antecipadas são um sinal de crise política. 

Segundo afirmou António Costa aos jornalistas no encontro, em Berlim, com líder do SPD, Olaf Scholz, e com a chanceler alemã Angela Merkel, Portugal "tem boa reputação internacional como um país estável e previsível, um país onde as legislaturas se cumprem" e por isso nada previa que fosse dissolvido o parlamento e antecipadas eleições legislativas. 

Para os países da comunidade europeia é difícil entender "como é que surge uma crise num momento em que estamos em primeiro lugar na vacinação" contra a covid-19, numa altura em que "somos dos países que estamos a recuperar mais fortemente da crise económica, enumerou Costa, realçando ainda os novos dados, divulgados esta quarta-feira, sobre o desemprego. "Ainda hoje os números do Instituto Nacional de Estatística são bastante impressivos. Uma taxa de desemprego que já vai nos 6,1%", frisou. 

Contudo, o líder do executivo não defende que antecipar as legislativas é um sinal de crise política. "Não diria que haver eleições é uma crise. Haver eleições é uma solução democrática para quando há um problema de impasse ao nível parlamentar como aquele que se constatou que existia" com chumbo da proposta do Governo socialista. Este foi um problema para o qual o "Presidente da República avisou a tempo e horas", reiterou António Costa, acrescentando novamente a indesejável vontade de ir a eleições antecipadas, "mas vamos a isso", rematou. 

Ainda assim, tal como afirmou na entrevista que concedeu à RTP, Costa voltou a garantir que Portugal vai cumprir os compromissos europeus, sem colocar nada em atraso. "Temos uma longa tradição de, mudando os governos, os compromissos serem cumpridos", assinalou. 

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