Greve parcial dos trabalhadores da Efacec parou produção durante duas horas

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte, a greve registou uma “adesão maciça”, contando com cerca de 700 trabalhadores à porta da sede da Efacec.

Os trabalhadores da Efacec realizaram na quarta-feira uma greve parcial, durante apenas duas horas, para exigir a compra de matérias-primas para que a empresa possa continuar a laborar, contestar a reprivatização e reclamar a demissão da administração da empresa.

A greve registou uma “adesão maciça” e levou à paragem total da produção, indicou Miguel Moreira, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte), em declarações à Lusa.

“Houve uma adesão maciça dos trabalhadores, nunca vi nada igual. Conseguimos abrir [o protesto] a trabalhadores que nunca participavam, como pessoal de escritório, administrativos, engenheiros e chefias”, adiantou.

Segundo o sindicato, estiveram concentrados na portaria da sede da Efacec, em São Mamede de Infesta, Matosinhos, cerca de 700 trabalhadores.

Durante as duas horas da greve, que decorreu entre as 14h e as 16h, “a fábrica não trabalhou, parou completamente”.

De acordo com o dirigente sindical, o nível de adesão registado representa “um ato de grande responsabilidade por parte dos trabalhadores”. Os trabalhadores decidiram avançar para a greve, após paragens forçadas de vários setores da empresa, que atua nos setores da energia, engenharia e mobilidade, mas cuja capacidade de produção tem sido comprometida devido à falta de liquidez para adquirir matérias-primas e pagar a fornecedores.

Em comunicado, a administração da Efacec indicou que a empresa “está na fase final do processo de reprivatização” e assegurou que continua “a responder aos pedidos de clientes, a prestar serviço e a desenvolver novos projetos”.

“A empresa tem sentido o impacto global em todos os setores e áreas, devido à disrupção nas cadeias de abastecimento, causada pela pandemia, mas a produção mantém um ritmo variável dependendo das encomendas que tem em curso”, justificou.

Reiterando que “a empresa continua viável economicamente, comprometida e interessada no desenvolvimento da sua atividade”, a administração da Efacec garante que “não está em risco o cumprimento das suas obrigações, nomeadamente com os seus colaboradores e todos os demais ‘stakeholders’”.