Secretário de Estado diz que o Governo vai reforçar meios para melhorar logística da vacinação contra a covid-19

António Lacerda Sales justificou a decisão com o aumento do número de pessoas elegíveis para receber a vacina de reforço. 

O Governo vai reforçar os meios da vacinação com a dose de reforço contra a covid-19, revelou este sábado o secretário do Estado Adjunto e da Saúde, após o pedido feito pelo responsável do Núcleo de Coordenação, coronel Penha Gonçalves. 

Na visita ao centro de vacinação em Mafra, António Lacerda Sales disse aos jornalistas que o "número de elegíveis mais do que duplicou", com as novas orientações dadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que possibilitam agora que "mais de 1,8 milhões de pessoas" possam receber a vacina, juntando-se ao grupo que já estava inicialmente previsto até 19 de dezembro. 

"Vamos ter reforços, como é obvio", vincou Lacerda Sales, explicando que "quer do ponto de vista da logísta, quer do ponto de vista dos recursos e do planeamento", o Núcleo de Coordenação, aliado às autarquias, terá de "reprogramar e voltar a planear" este processo de vacinação. 

Também é "uma reorganização interna para responder aos novos desafios", frisou o coronel Carlos Penha Gonçalves, mostrando que o núcleo está "confiante de que isso vai acontecer". "Estamos já a trabalhar para isso e esperamos que, progressivamente, vamos aumentando a nossa capacidade de vacinação", afirmou, notando que há "um plano em curso", que deve estar preparado para vacinar possivelmente 900 mil pessoas até 19 de dezembro. 

"O nosso foco é esse e o ritmo que estamos a atingir agora vai permitir fazer isso. É preciso que as pessoas venham ao processo de vacinação quando forem agendadas. Se não conseguirem, venham à 'casa aberta' e serão vacinadas. Neste momento estamos a vacinar as pessoas mais frágeis", salientou, ao indicar ainda que não vão chamar pessoas "sem ter capacidade para as vacinar". 

Quanto ao redimensionamento da resposta no terreno, Penha Gonçalves disse que já estão a ser estudados os pontos de vacinação existentes pelas administrações regionais de saúde, e caso haja a necessidade de ajustar, como "tem sido feito desde o início do processo", serão aumentados em número ou na dimensão dos centros. 

Segundo o secretário, a chegada de mais meios surgirá da "cooperação intensa com o Ministério da Defesa e as Forças Armadas", além do Ministério da Saúde e dos seus organismos. "Fruto dessa articulação, conseguiremos alocar mais recursos a este replaneamento que temos de fazer", apontou, esclarecendo ainda que este será "um replaneamento integrado" em detrimento às "três novas camadas" que estão agora elegíveis no processo: pessoas que tomaram a segunda dose há pelo menos 150 dias, doentes recuperados e os maiores de 18 anos com a dose única da vacina da Janssen administrada há mais de três meses.

À margem da visita ao centro de vacinação, o secretário aproveitou para lançar um apelo às pessoas para receberem a dose de reforço, elogiando o número de pessoas que se dirigiram àquele centro hoje, no dia em que se administraram mais doses de reforço, acima das 42 mil inoculações. Para o governante, se mantivermos este número de adesão alto, o Natal será passado "com mais tranquilidade" e sem ser "igual ao do ano passado". 

"Mais importante do que a meta – que com certeza vamos atingir – é proteger as pessoas. Queremos que o Natal das nossas famílias não seja igual ao do ano passado, queremos que as famílias possam estar juntas. Por isso é que estou hoje a fazer aqui um apelo: que as pessoas se antecipem e possamos ganhar durante este mês um grande nível de adesão para que depois as pessoas possam passar o Natal com mais tranquilidade e juntas com as famílias", sublinhou Lacerda Sales. 

Contudo, o secretário escusou-se de comentar sobre a eventual vacinação das crianças entre os cinco e os 11 anos, preferindo esperar pelas decisões da DGS e dos organismos internacionais sobre esssa matéria. Ainda assim, Sales reforçou que Portugal tem "logística, recursos e meios" para enveredar por esse desafio, visto que o país tem a prova "mais do que dada".