United e Solskjaer: crónica de um divórcio anunciado

A sequência de maus resultados levou à porta de saída: Ole Gunnar Solskjaer deixa os comandos do Manchester United, num divórcio que irá custar nove milhões.

O desaire do Manchester United perante o Watford, este sábado, resultou sem surpresa no despedimento do treinador norueguês Ole Gunnar Solskjaer. A saída do norueguês não é de estranhar e vem na sequência de resultados que não têm agradado ao clube e aos adeptos, como é o caso da derrota contra o Liverpool (0-5) e Manchester City (0-2).

Mas o treinador não sai de Old Trafford de mãos a abanar. Numa reunião de emergência, onde se alcançou um acordo oficial para o divórcio, chegou-se à seguinte conclusão: o despedimento de Solskjaer vai custar aos cofres do United a módica quantia de nove milhões de euros.

Depois de muita especulação, o clube anunciou a saída do treinador. “Embora as últimas semanas tenham sido dececionantes, elas não devem obscurecer todo o trabalho que ele fez nos últimos três anos para reconstruir as bases para um sucesso de longo prazo”, diz o clube. “Ole sai com os nossos sinceros agradecimentos pelos seus esforços incansáveis como treinador e com os nossos melhores votos para o futuro. O seu lugar na história do clube estará sempre garantido, não só pela sua história como jogador, mas como um grande homem e um treinador que nos deu momentos fantásticos”.

O técnico já se despediu. “Eles vão ficar bem com o Michael Carrick e eu vou estar a ver e a apoiar. Sou adepto do Manchester United e desejo aos jogadores tudo de bom. Eles são grandes jogadores e boas pessoas. As coisas vão começar a correr melhor”, prevê.

Quem saiu em defesa do agora ex-treinador foi o português Bruno Fernandes, após a pesada derrota frente ao Watford. “Culpados? A culpa é de todos, não é de um jogador ou outro apenas. Todos têm responsabilidades e temos de fazer muito melhor”, defendeu.

Oficializada a saída, agora é hora de encontrar quem substitua Solskjaer. Segundo o Manchester Evening News, Darren Fletcher e Michael Carrick – diretor técnico do clube e adjunto de Solskjaer, por esta ordem – vão assumir o comando técnico do Manchester United de forma interina, amanhã, altura em que a equipa joga em Villarreal para a Liga dos Campeões.

Quem se segue é uma incógnita para já mas já se sabe que a imprensa internacional não deixa passar uma. Segundo a Sky Sports, Cristiano Ronaldo já terá deixado clara a sua preferência por Luis Enrique, selecionador espanhol. Veremos.

Quem é Solskjaer? O antigo jogador dos red devils, que em 1999 conquistou uma reputação de goleador temível ao marcar 4 golos em dez minutos (frente ao Nottingham Forest), assumiu o cargo de treinador interino em dezembro de 2018, para substituir José Mourinho. O início parecia promissor: 14 vitórias em 19 jogos, o que levou a assinar um contrato de três épocas como treinador principal. Terminou a época em sexto lugar. A época seguinte foi ainda melhor, terminando em terceiro. Na terceira época (2020-2021), com Bruno Fernandes em alto nível, subiu mais um lugar: 2.º classificado na competição.

Iria dar continuidade a esta trajetória e alcançar o título em 2022? A chegada de Ronaldo prometia novos sucessos. Mas tudo acabou por se complicar, e a série de más exibições e de maus resultados colocou a cabeça do norueguês a prémio.

Jota decisivo Inglaterra contou com um fim de semana em cheio. Num dos duelos mais aguardados do fim-de-semana, o Liverpool interrompeu a caminhada triunfal do Arsenal rumo aos lugares cimeiros. A equipa de Arteta não perdia desde finais de agosto, desde o pesadelo em Manchester (derrota frente ao City por 5-0), que foi o culminar de um arranque de época dececionante. Daí, o Arsenal partiu para um ciclo de bons resultados: seis vitórias e dois empates para a Premier League, que o catapultaram para a quinta posição.

Quem regressou às vitórias foi o Wolverhampton de Bruno Lage, que derrotou em casa o surpreendente West Ham, que à partida para esta 12.ª jornada se encontrava no 3.º lugar. Raul Jimenez – quem mais? – fez o golo que deu os três pontos à equipa mais portuguesa de Inglaterra e a lançou para a 6.ª posição da tabela classificativa.

O Chelsea deu mais uma prova clara de que não está disposto a largar a liderança. Com a vitória sobre o Leicester (3-0), o clube de Thomas Tuchel passou a somar 29 pontos. Já o Leicester ocupa a 12.ª posição da tabela e não vence há três jornadas consecutivas.