Nasceram os Militares pela Verdade

Aproveitando a passagem de mais um 25 de Novembro, um grupo de militares lançou o Movimento Militares pela Verdade, no Facebook.

Ao longo dos últimos anos, o Facebook tornou-se na plataforma de eleição para vários Movimentos ‘Pela Verdade’, e o 25 de Novembro foi mote de fundação para os militares do país se juntarem à ‘festa’. 

Numa página da rede social com o mesmo nome, o Movimento Militares Pela Verdade abriu-se ao mundo «como um fórum de apresentação, análise e discussão de assuntos e matérias relacionadas com a Cidadania, a Segurança Nacional e a organização do Estado», conforme se pode ler-se na primeira publicação do Movimento.

Elegíveis para participar neste espaço estão os militares das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana de todas as classes, sejam oficiais, sargentos ou praças dos quadros permanentes e de contratos de longa duração, em qualquer situação. Esta é a informação partilhada pelo Movimento, que se junta assim a uma iniciativa global levada a cabo por diferentes setores profissionais, como foi o caso dos Médicos Pela Verdade e do Jornalista Pela Verdade.

«O MMV pautará a sua atividade pelo respeito, observação e cumprimento das Leis e Regulamentos da República, em especial do Código de Honra dos Militares das Forças Armadas e da Guarda Nacional República», continua o grupo na sua primeira publicação, onde garante que mais novidades virão a 1 de dezembro, dia da Restauração da Independência.

«O não respeito pelo cumprimento do Código Deontológico do MMV, a divulgar, implicará a eliminação do infrator de todas as atividades do MMV», explica o grupo num comunicado a que o jornal teve acesso, onde se define como sendo «patriótico e rigorosamente apartidário», bem como «inorgânico», ‘tentando’ ser «tendencialmente orgânico». Os militares, pode-se ler também, terão de fazer prova da respetiva condição no ato de admissão ao Movimento.

Este grupo surge numa altura em que se têm multiplicado as polémicas em torno das Forças Armadas portuguesas, principalmente relacionadas com a Operação Miríade, que suspeita da existência de uma rede de tráfico de diamantes, ouro e droga por parte de militares destacados na República Centro-Africana, e promete não lhes ficar indiferente.