Após motorista ser acusado de homicídio por negligência, Cabrita defende-se: “Eu sou o passageiro”

Ministro diz que é preciso apurar “atravessamento de via não sinalizada”.

Depois de ser conhecido que o motorista que conduzia o carro onde seguia o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e que atropelou mortalmente um trabalhador na A6, foi acusado pelo Ministério Público (MP) de homicídio por negligência, o governante reagiu, defendendo que era apenas um "passageiro".

“Eu sou o passageiro”, começou por dizer Cabrita aos jornalistas, no final de uma cerimónia de inauguração do Posto Territorial de Lagos, da Guarda Nacional Republicana. “É o estado de direito a funcionar”, acrescentou.

“As condições de um atravessamento de via não sinalizada têm de ser esclarecidas no quadro do acidente”, sublinhou, apelando a que se “confie no estado de direito” porque “ninguém está acima da lei”.

Recorde-se que o acidente, ocorrido em junho, resultou na morte de um trabalhador, de 43 anos, que fazia trabalhos de manutenção na A6. Apesar de ainda ter sido assistido no local, acabou por não resistir.

A acusação do MP refere que o arguido “conduzia, naquela ocasião e lugar, veículo automóvel em violação das regras de velocidade e circulação previstas no Código da Estrada e com inobservância das precauções exigidas pela prudência e cuidados impostos por aquelas regras de condução”. De acordo com o Observador, que cita o despacho, o motorista seguia na via da esquerda, a uma velocidade de 166 quilómetros por hora.

{relacionados}